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Plantas com DNA de coelho limpam melhor o ar

De acordo com pesquisa, a hera-do-diabo retira mais poluentes do meio quando nela se implementam genes do animal

Por Sabrina Brito Atualizado em 10 mar 2019, 10h40 - Publicado em 10 mar 2019, 10h28

Plantas possuem grande valor ecológico por, dentre outras coisas, retirarem grandes quantidades de gás carbônico de circulação e liberarem gás oxigênio no processo. Cientistas da Universidade de Washington, nos EUA, quiseram potencializar esse efeito positivo dos vegetais e, para isso, resolveram fazer algumas mudanças genéticas em um tipo de planta.

Os pesquisadores escolheram a hera-do-diabo, frequentemente encontrada dentro de lares americanos, e implantaram em vários de seus espécimes um gene presente em coelhos. O trecho de DNA selecionado é o responsável por produzir uma enzima neutralizadora de um tipo de toxina.

A intenção era dar aos vegetais a habilidade de transformar compostos químicos tóxicos comuns, como tintas, solventes e produtos de limpeza, em substâncias inócuas. Isso porque, moléculas tóxicas podem influenciar no desenvolvimento de câncer, diabetes, problemas respiratórios, entre outros.

Os resultados foram positivos: os exemplares de hera-do-diabo alterados pelos cientistas ganharam a capacidade de absorver dois compostos danosos ao ser humano,  o clorofórmio e o benzeno, e transformá-los em moléculas neutras que a planta poderia inclusive utilizar em seu metabolismo.

Ainda assim, para que o vegetal de fato ajudasse a limpar o ar de uma casa de forma significativa, seria necessário ter uma pequena estufa com várias plantas, e não apenas um espécime. Dessa forma, a quantidade de ar que entra em contato com cada uma seria maior, resultando em uma filtragem mais eficiente do ambiente. A próxima meta dos pesquisadores é adicionar ao genoma da hera-do-diabo um gene presente em bactérias que é capaz de degradar o formaldeído, outro poluente muito presente em ambientes fechados.

No entanto, ainda é necessário conseguir permissão para vender a planta geneticamente modificada nos Estados Unidos, onde os líderes do estudo vivem. O governo canadense, por outro lado, já aprovou a venda do vegetal: como o clima frio do país provavelmente não permitiria que a hera vivesse por mais de um ano, nenhum grande dano poderia ser causado se os efeitos da modificação genética fossem negativos em longo prazo.

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