Oferta Consumidor: 4 revistas pelo preço de uma

Reconstrução do Museu Nacional é responsabilidade coletiva, diz apoiadora

Frances Reynolds intermediou doação de mais de 1 mil peças para a instituição brasileira

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 21 Maio 2024, 13h20 - Publicado em 21 Maio 2024, 12h24

Nas últimas semanas, os entusiastas da ciência foram surpreendidos por uma notícia do Museu Nacional: em reconstrução, a instituição acabara de receber uma doação de mais de mil peças para o seu novo acervo. Originada da Bacia do Araripe, um dos sítios paleontológicos mais ricos do país, a coleção fazia parte do acervo pessoal do colecionador suíço-alemão Burkhard Pohl e teve a doação intermediada pela mecenas argentina Frances Raynolds.

Desde 2022, o instituto Inclusartiz, presidido por ela, assinou um acordo de cooperação técnica com a Associação Amigos do Museu Nacional. Desde lá, ela vem se debruçando sobre a tarefa de conseguir doações e empréstimos para recompor o acervo do museu, que teve 85% das suas peças perdidas no trágico incêndio de 2018.

O esforço tem dado resultados. A nova coleção, que carrega o título de maior doação já recebida pelo Museu, contém fósseis raros, como espécies de dinossauros nunca antes descritas, crânios de pterossauros ainda não estudados e espécimes de uma das cobras mais antigas do mundo. Em entrevista a VEJA, Raynolds falou sobre o esforço envolvido na doação, a importância dela e a expectativa de que outros colecionadores se inspirem a fazer o mesmo.

DiogoVasconcellos_MN-2716
DOAÇÃO HISTÓRICA – Museu Nacional: peças fazem parte de um coleção composta por mais de 1 mil peças (Diogo Vasconcellos/Museu Nacional/Divulgação)

Como aconteceram as negociações para a recepção das peças doadas ao Museu Nacional? Por casualidade eu conhecia o filho do Burkhard Pohl, o Rudïger Pohl, através de sua coleção de minerais. Após dois anos de negociação, decidiram me apoiar [no trabalho com o Museu Nacional]. Convidamos o Alexandre Kellner, diretor do Museu Nacional, para viajar duas vezes e conhecer Rudïger e o responsável pela coleção, o paleontólogo Frédéric Lamcombat. Depois convidamos o Kellner para conhecer também o Burkhard Pohl. Após esses contatos, decidiu-se que 1104 peças seriam doadas.

Continua após a publicidade

Qual o sentimento ao ver as peças chegando ao Brasil? Fico emocionada com o movimento, símbolo do sucesso de uma parceria público-privada, que, com grandeza de espírito, está conseguindo reconstruir a coleção do museu. Essa foi a maior doação da história da instituição.

E o resto da equipe? A reação das equipes de pesquisa científica – paleontólogos , estudantes da UFRJ, responsáveis pelo transporte e desembalagem – tem sido unânime, tanto no Brasil quanto de colegas no exterior. É um grande acontecimento, que incentiva colecionadores, instituições e governos a fazer doações arqueológicas e empréstimos.

Qual foi a parte mais difícil? A maior dificuldade está em conseguir a participação, no Brasil, da sociedade em geral e de líderes empresariais que entendam que cada um de nós temos responsabilidade nessa reconstrução, na medida que for possível – desde passagens e diárias de hotel até o aporte de um fundo para a compra de espécimes, com doações para o Museu Nacional/URFJ.

Continua após a publicidade

Como estão os esforços para conseguir novas peças? A reconstrução da coleção está no início. Quem faz doações é reconhecido de forma contínua, o que despertará maior interesse. Será um caminho longo, mas juntos conseguiremos chegar a nossa meta. Os setores público e privado têm que trabalhar juntos.

Qaais as expectativas agora que essa doação foi finalizada? As minhas expectativas são favoráveis, pois no âmbito internacional o setor público e privado entendem a importância do Museu Nacional para a educação e para a comunidade científica mundial. A doação da família Pohl é um claro exemplo de colaboração científica. Eles ainda levaram estudantes e acadêmicos, cientistas de paleontologia, para Wyoming e Montana, nos Estados Unidos, para participar de temporadas de escavações na procura de fósseis.

Você está trabalhando atualmente com o Museu Nacional para tentar viabilizar outras doações? Estou trabalhando em diversas frentes no âmbito internacional para a doação de coleções e empréstimos a longo prazo. Tem sido e está sendo muito gratificante e inspirador colaborar com todos esses líderes, tanto lá fora, quanto no Brasil, em cada uma das áreas científicas de interesse para o MN/UFRJ.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

SEMANA DO CONSUMIDOR

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas R$ 5,99/mês*
ECONOMIZE ATÉ 47% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Nas bancas, 1 revista custa R$ 29,90.
Aqui, você leva 4 revistas pelo preço de uma!
a partir de R$ 29,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.