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Tanque de guerra jurássico: fóssil revela dinossauro ‘blindado’ no Marrocos

Descoberta empurra para trás a origem das armaduras dos anquilossauros e mostra adaptações extravagantes em um dinossauro que viveu há 165 milhões de anos

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 27 ago 2025, 13h00

Pesquisadores identificaram no Marrocos um fóssil de Spicomellus afer, o anquilossauro mais antigo já descoberto. O animal viveu há cerca de 165 milhões de anos, no período Jurássico Médio, e se destacou por uma armadura corporal sem paralelo em outros vertebrados, extintos ou atuais. O esqueleto parcial mostra costelas fundidas a espinhos pontiagudos, placas ósseas no dorso e um colar ósseo no pescoço com espinhos de até 87 centímetros de comprimento.

Essa combinação, registrada em um artigo publicado na revista Nature,  fez os pesquisadores compararem o animal a um verdadeiro “tanque de guerra” jurássico. A descoberta sugere que a evolução das armaduras corporais nesse grupo foi mais antiga, diversa e experimental do que se supunha até agora.

Peças fósseis de Spicomellus afer, incluindo costelas com espinhos fundidos, placas ósseas, colar de espinhos no pescoço e parte do escudo sobre o quadril.
Peças fósseis de Spicomellus afer, incluindo costelas com espinhos fundidos, placas ósseas, colar de espinhos no pescoço e parte do escudo sobre o quadril. (Maidment et al., Nature (2025)/Reprodução)

Um fóssil que muda a cronologia

Até então, os anquilossauros eram conhecidos principalmente do Cretáceo, entre 143 e 66 milhões de anos atrás, com registros na América do Norte e na Ásia. O exemplar marroquino, encontrado nas montanhas do Atlas, antecipa em pelo menos 30 milhões de anos o surgimento de caudas armadas e corpos blindados, mostrando que esse tipo de adaptação já existia no Jurássico Médio.

Para os cientistas, isso significa que a história evolutiva dos anquilossauros precisa ser reescrita: em vez de surgir de forma súbita no Cretáceo, esse grupo já experimentava formas extremas de proteção e exibição muito antes.

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Exibição ou defesa?

A descoberta levanta ainda uma questão intrigante: qual seria a função dessa armadura tão exagerada? Espinhos de quase um metro de comprimento não parecem ter sido práticos para enfrentar predadores grandes, mas poderiam impressionar rivais e parceiros sexuais — um fenômeno comum em animais modernos, como veados, aves-do-paraíso e besouros-rinoceronte. Ainda assim, a blindagem provavelmente oferecia alguma defesa contra carnívoros de médio porte que circulavam pelo norte da África jurássica.

Com o tempo, os anquilossauros passaram a apresentar armaduras menos extravagantes, mas mais funcionais. A simplificação pode estar ligada ao surgimento de predadores mais poderosos no Cretáceo, como tiranossauros e grandes terópodes. Nesse contexto, placas robustas e caudas em forma de clava foram estratégias mais eficientes do que espetáculos de espinhos.

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