No início dos anos 2000, uma série de fatores fez com que a população de tubarão-limão diminuísse drasticamente no litoral brasileiro, o que o colocou na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional Para Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN). Agora, de acordo com uma investigação feita por pesquisadores brasileiros, o número de indivíduos dessas espécies no Atol da Rocas, um grupo de ilhas no Rio Grande do Norte, parece estar se recuperando.
Segundo a observação feita por um grupo de cientistas do Instituto Oceanográfico e do Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), em 2015, mais de 2300 tubarões-limão foram avistados na região, um número duas vezes maior do que o registrado em 2003.
Para dizer com certeza que a espécie está em recuperação mais observações precisarão ser feitas ao longo dos anos para entender se a tendência vai se manter. É provável, no entanto, que a observação reflita os resultados de medidas que foram tomadas para proteger esses animais.
De acordo com Ana Laura Tribst Corrêa, pesquisadora da USP e autora do estudo publicado nesta sexta-feira, 13, no periódico científico Ocean and Coastal Research, um tipo de caça predatória que retirava as nadadeiras do tubarão-limão foi proibida e experimentos invasivos que assustavam os animais diminuíram. É possível, contudo, que a observação tenha ocorrido em decorrência de uma flutuação natural no número de fêmeas em idade de reprodução.
Outras ameaças, como a poluição e a perda do habitat ainda não foram extintas, e, portanto, continuam colocando a vida desses e de outros animais marinhos em risco. Apesar disso, o trabalho revelou a importância do Atol para essa espécie, que encontrou na baía uma espécie de berçário seguro durante os meses de verão, quando o número de tubarões jovens e recém-nascidos aumenta consideravelmente.