Mais provas de que as pessoas não leem antes de comentar o que veem na internet
Recentemente, fiz um teste neste blog para verificar se a maioria dos leitores lia os textos antes de comentá-los e compartilhá-los em redes sociais, ou mesmo aqui neste espaço. Confira neste link o resultado. A experiência não foi inédita. Baseei-me nesta iniciativa da organização de mídia americana NPR (clique no link para ver). O site […]
Recentemente, fiz um teste neste blog para verificar se a maioria dos leitores lia os textos antes de comentá-los e compartilhá-los em redes sociais, ou mesmo aqui neste espaço. Confira neste link o resultado. A experiência não foi inédita. Baseei-me nesta iniciativa da organização de mídia americana NPR (clique no link para ver).
O site IFLScience também realizou um trabalho similar, ao publicar em seu Facebook a notícia mentirosa de que maconha teria DNA alienígena. Assim como fez a Yackler, com o anúncio falso de um gigante asteroide que poderia colidir com a Terra. O comum a todos esses testes: as pessoas caíram na armadilha, comentando a notícia pela web sem nem antes clicar nela (se fizessem isso, seriam avisadas de que se tratava de uma “pegadinha”).
Mesmo que esse não tenha sido o objetivo inicial, um post que publiquei ontem neste espaço serviu de mais uma prova desse comportamento típico da internet. Nele, analisei o caso do bloqueio do WhatsApp, apontando que deveria ser achado um meio-termo que levasse a empresa a colaborar com a Justiça, sem incomodar usuários (leia no link).
Ocorre que, logo no início do post, destaquei achar excessivo o bloqueio do aplicativo, que deveria ser punido de outras formas. O que escrevi: “Você pode ser contra o bloqueio? Claro que sim. Eu, aliás, já declarei achar excessiva essa punição, por haver outras formas da Justiça multar o Facebook e o WhatsApp (como ao mirar no bolso da empresa, congelando suas contas bancárias no país).”
Mesmo assim, muitos comentários contrários ao post insistiram em ressaltar que este blog defenderia o bloqueio do aplicativo. A única justificativa para essa reação é terem se atentado apenas ao título do texto, sem lê-lo.
Em junho deste ano, um grupo de cientistas da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, e do Instituto Nacional Francês divulgou uma análise dessa síndrome online de falta de leitura. Ao estudar a reação a 2,8 milhões de links de reportagens compartilhadas por meio do Twitter, constatou-se que 59% dos indivíduos que espalhavam essas notícias pela rede social não tinham sequer clicado nelas, acessado os sites, antes de optar por “dar share”.
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