Oferta Consumidor: 4 revistas pelo preço de uma
Imagem Blog

A Origem dos Bytes

Por Filipe Vilicic Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Crônicas do mundo tecnológico e ultraconectado de hoje. Por Filipe Vilicic, autor de 'O Clube dos Youtubers' e de 'O Clique de 1 Bilhão de Dólares'.

Não reconheço mais o design da Apple no novo iPhone 7

Uma das melhores definições que já ouvi do motivo de os produtos da Apple serem tão apaixonantes é fruto de uma histórica conversa entre John Sculley, ex-CEO da Apple, com Steve Jobs, o aclamado fundador da empresa. Ela me foi relatada pelo próprio Sculley, em entrevista recente que fiz com ele. A história: Quando Jobs decidiu convidar […]

Por Filipe Vilicic Atualizado em 30 jul 2020, 21h54 - Publicado em 8 set 2016, 20h52

Uma das melhores definições que já ouvi do motivo de os produtos da Apple serem tão apaixonantes é fruto de uma histórica conversa entre John Sculley, ex-CEO da Apple, com Steve Jobs, o aclamado fundador da empresa. Ela me foi relatada pelo próprio Sculley, em entrevista recente que fiz com ele. A história:

Quando Jobs decidiu convidar Sculley para ser CEO da companhia, no início dos anos 80 (ele ocupou a posição até 1993 e é conhecido também por ter sido responsável pelo afastamento de Jobs do quadro da Apple), ambos tiveram uma conversa preliminar, durante uma caminhada em Nova York. O executivo era, então, presidente da Pepsi. Foi quando Jobs soltou sua hoje clássica frase de convencimento para Sculley: “Você quer vender água açucarada para o resto de sua vida ou quer vir comigo e mudar o mundo?”. Como se sabe, é difícil não ser convencido pelo genial fundador da Apple – e esse caso não foi diferente.

Durante a conversa deles, porém, Sculley me relatou mais um trecho memorável. Foi quando ambos discutiam o motivo das pessoas preferirem Coca-Cola à Pepsi. “Após diversos testes às cegas, notamos que a maioria queria era o gosto da Pepsi, mas na hora de escolher o rótulo no mercado, preferiam nossa rival mais famosa, mesmo assim”, contou-me o ex-CEO da Apple. “Frente a isso, Jobs simplificou a mim: ‘quando as pessoas vão servir os refrigerantes em suas casas, elas escondem a garrafa na cozinha se for Pepsi. Se for Coca, levam à mesa”.

Com a Apple, Jobs queria ser a Coca, não a Pepsi. Isso que ele explicou a Sculley, que logo sacou a ideia: “tem de ser fashion, da moda, para quererem seu produto, não o do concorrente”, disse o ex-CEO.

O que isso tem a ver com o novo iPhone 7? Tudo.

Design sempre foi central ao sucesso da Apple. Quão cool era, nos meados dos anos 2000, andar pelas ruas com um iPod na mão e o fio branco ao longo do corpo, conectando o aparelho ao fone de ouvido? O dispositivo e o fone pareciam uma coisa só. E, ambos, brancos, o que era transgressor para o período. Antes do iPod, era regra que fones deveriam ser pretos, cinzas, ou de cores berrantes. A Apple furou a norma do design – e arrebentou!

Continua após a publicidade

Um toque de genialidade sempre foi dado ao desenho dos produtos da marca. A começar pelo logo: antes, quando se abria um laptop, via-se a “maçã” invertida; mas, na virada dos anos 2000, ousou-se ao deixar a imagem de cabeça para baixo para o usuário e, assim, ela ficava na posição correta para quem olhava o aparelho do outro lado. Resultado: ao se abrir um MacBook em um café, todos saberão que se trata de um produto da Apple.

Não por acaso, um estudo britânico apontou que donos de iPhones são menos humildes, e mais extrovertidos, do que os proprietários de dispositivos Android (confira no link). Quem tem um aparelho da Apple se importa com aparências – o que não é, de forma alguma, um elemento negativo. Sempre se tratou de um público exigente, exibicionista (no bom sentido da palavra, diga-se), que quer mostrar a que veio ao tirar do bolso seu iPhone de quase 1000 dólares.

Não reconheço mais esse requinte da Apple. O novo iPhone 7 em nada revoluciona em design, em comparação com os antecessores. Ainda mais se o colocarmos lado a lado com um iPhone 5 branco, lançado em 2012, que contava com todas as qualidades que a Apple sempre exibiu. Com sua borda recortada e laterais planas, em formato retangular, era possível reconhecer um iPhone 5 de longe.

Continua após a publicidade

Já quem vê um iPhone 7 de certa distância pode confundi-lo com um smartphone da concorrência. Como as marcas rivais, ele apresenta várias cores – tantas que acaba por não ter uma associada a ele. A forma mais arredondada, então, faz lembrar celulares similares da Samsung.

E não se trata de um problema novo.

A Apple foi duramente criticada, por exemplo, pelo design simétrico do controle da Apple TV. O problema: no escuro (situação em que se costuma assistir à televisão), como saber se o controle está de ponta cabeça (ou onde estão seus “botões”)? No ano passado, novamente foi alvo de deboche a “capinha” que lançaram para iPhones (o popular site americano The Verge a chamou de uma “vergonha de design”). Já o Apple Watch chegou às lojas com uma aparência demasiadamente similar à de relógios de rivais, a exemplo dos da Samsung e os da LG.

Leia também

Bel Pesce, os millennials e a geração (que quer ser precoce) dos “fundadores”

Continua após a publicidade

Não troque seu iPhone (ainda)

Em resumo, já tem um tempo que a Apple não faz cair o queixo com o belo design de um novo produto. Pena.

Para acompanhar este blog, siga-me no Twitter, em @FilipeVilicic, e no Facebook.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

SEMANA DO CONSUMIDOR

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas R$ 5,99/mês*
ECONOMIZE ATÉ 47% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Nas bancas, 1 revista custa R$ 29,90.
Aqui, você leva 4 revistas pelo preço de uma!
a partir de R$ 29,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.