Testei o Kindle Oasis, novo e-reader da Amazon
Hoje, a Amazon começa a pré-venda mundial de seu novo e-reader, o Oasis, da linha Kindle, líder de seu setor. A surpresa, ainda mais quando se trata de lançamento de um gadget: o Brasil está na lista dos primeiros a receber o aparelho. Aqui, ele custará R$ 1 399 – quase o quíntuplo da versão […]
Hoje, a Amazon começa a pré-venda mundial de seu novo e-reader, o Oasis, da linha Kindle, líder de seu setor. A surpresa, ainda mais quando se trata de lançamento de um gadget: o Brasil está na lista dos primeiros a receber o aparelho. Aqui, ele custará R$ 1 399 – quase o quíntuplo da versão mais barata. Até pelo preço alto, para um e-reader, o dispositivo não irá substituir outros da família Kindle, que continuarão a ser vendidos. O Oasis se trata, logo, de uma versão luxuosa dos antecessores. Não tanto por sua aparência, que segue o design simples (valorizando o conteúdo, acima do hardware) dos outros Kindles. Mas por suas novidades, que podem não ser muitas, só que cada uma remodela em muita a experiência de leitura digital.
Testei o aparelho, ontem, e compartilho aqui o que mais salta aos olhos:
- Como de praxe, ele é mais fino (redução de 30%, em relação ao modelo anterior) e leve (20%, na comparação). Afinal, como uma vez me disse Chris Green, vice-presidente de design industrial da Amazon: “Nosso padrão de excelência é o papel. Queremos imitá-lo.”
- Saindo do óbvio, ele conta com uma leve curvatura em seu design, na parte detrás. Para quê? A alteração na estrutura simula a lombada de um livro, pendendo o centro de gravidade do aparelho em direção à palma da mão. Na prática, achei muito mais confortável para pegá-lo (até pelo tamanho diminuto). Agora, e se você troca da palma direita para a esquerda, e vice-versa. A solução: a tela gira de acordo.
- Para o usuário, aposto que a grande novidade será a nova capa de proteção (já inclusa). O motivo? Ela conta com um carregador embutido, que alimenta a bateria do Kindle. Quando se coloca o aparelho na tomada, tanto ele, quanto a capa, carregam. Se faltar bateria, por exemplo, 10 minutos dentro da capa ganham 30 minutos de uso contínuo do dispositivo. Resultado: com uma carga, o Oasis dura meses.
- E voltaram os botões físicos, usados para trocar de página. O de cima, vai para frente. O de baixo, o contrário. Mas quem prefere tocar na tela, não se alarme – a alternativa do touch continua, com as mesmas funções.
- Para terminar, a tela é bem mais nítida. Efeito de contar com 60% mais LEDs. Além disso, aumentou também sua resistência a batidas e quedas.
Ao utilizar o Oasis, ainda notei mais uma vantagem. Apesar de, pelo o que me disseram, o processamento não ter sido aprimorado, a mudança de páginas dos livros digitais está mais fluente. Não há travamentos, nem demora no carregamento das letras. Em uma conversa prévia, funcionários da Amazon apostam que isso se deve a esse ser o primeiro da linha Kindle a ter sido desenhado já para a versão mais atualizada de seu sistema operacional.
“Trata-se de um modelo disruptivo, que nos leva a uma nova direção”, disse Alexandre Munhoz, gerente geral de Kindle, em conversa que tive com ele no escritório paulistano da Amazon – que, aliás, conta com uma linda vista para a Marginal Pinheiros. Concordo. Apesar de contar com alterações, digamos, leves, a experiência de uso do Oasis já se prova (bem) diferente da de um Voyage ou Paperwhite, as versões anteriores. Mas vale os R$ 1 399 (ou é melhor pagar R$ 479 por um bom Paperwhite)?
Há duas respostas. Se você não é muito aficionado em livros (melhor, em ebooks) e em tecnologia, não vale. Sendo direto: é muito dinheiro por poucos benefícios extras. Da linha Kindle, continuaria a recomendar para você o modelo de meio-termo, o Paperwhite.
Agora, se você é fã de leitura digital – e lê muito, muito, mesmo –, e gosta de curtir um gadget novo, aí vale. Ah, claro, e é preciso considerar que esses R$ 1 399 não afetarão seu orçamento. Se não for o caso, volte à sugestão anterior: vá de Paperwhite. E use os R$ 920 economizados para comprar uma penca de ebooks.
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