Escultura de rosto humano de 900 anos é achada em antiga casa viking

Um rosto sereno com nariz quebrado e cabelos ondulados esculpidos em pedra surpreendeu arqueólogos que escavam há uma década a antiga fazenda Skaill, nas ilhas Orkney, norte da Escócia. O artefato, uma cabeça talhada em arenito vermelho, foi descoberto por uma estudante enquanto ela escavava a base de um dos muros de pedra do sítio. A peça estava soterrada sob uma laje e surgiu intacta, com traços faciais cuidadosamente trabalhados.

A fazenda Skaill ocupa o que se acredita ter sido a residência de Sigurd de Westness, um chefe viking do século XII. O nome do local deriva do termo nórdico antigo skáli, que significa “salão”. Há seis anos, pesquisadores já haviam identificado no mesmo sítio os restos de um salão de banquetes nórdico, com bancos e paredes de pedra largas, sugerindo que ali funcionava um centro de poder local.

Vestígios de prestígio e mistério

A cabeça de pedra parece ter sido esculpida com um nível de detalhe incomum, principalmente nos cabelos, e se assemelha a ornamentos arquitetônicos medievais como os da catedral de St. Magnus, também nas ilhas Orkney. A semelhança sugere que ela possa ter pertencido a um edifício importante na região — possivelmente decorando uma capela ou uma construção nobre associada ao clã de Sigurd.

Não se sabe como a escultura foi parar entre os escombros nem por que o nariz foi danificado, mas sua presença reforça a hipótese de que a área era ocupada por estruturas de alto status durante a Idade Média. Orkney é um polo arqueológico conhecido por sítios ainda mais antigos, como Skara Brae e o Círculo de Brodgar, considerados Patrimônio Mundial pela Unesco. A nova descoberta amplia o mosaico histórico do arquipélago e deve ser exibida ao público após ser restaurada.