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Augusto Nunes

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‘O perigo é o abraço’, por Carlos Brickmann

Publicado na coluna de Carlos Brickmann CARLOS BRICKMANN Durante muitos anos, descreveu-se o PSDB (e a descrição vale até hoje) como um partido formado 100% por amigos que são 100% inimigos. Neste ano, a descrição passa a valer para o PT (quase com perfeição, porque há no partido uma unanimidade: Lula): todos são petistas, todos são […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 03h29 - Publicado em 16 jul 2014, 04h18

Publicado na coluna de Carlos Brickmann

CARLOS BRICKMANN

Durante muitos anos, descreveu-se o PSDB (e a descrição vale até hoje) como um partido formado 100% por amigos que são 100% inimigos. Neste ano, a descrição passa a valer para o PT (quase com perfeição, porque há no partido uma unanimidade: Lula): todos são petistas, todos são amigos, todos se odeiam.

Franklin Martins e João Santana, por exemplo, disputam ferozmente o comando do conteúdo da campanha de Dilma – a tal ponto que Martins só não foi embora por um pedido especial de Lula. Martins é também duro adversário de Paulo Bernardo, e a tropa de choque que mobiliza – o MAV, Movimento de Arregimentação Virtual, que atua coordenadamente na Internet – periodicamente abre fogo contra o ministro das Comunicações. Aloízio Mercadante e Guido Mantega, que já concorreram pela posição de formulador da política econômica petista, continuam tendo restrições um ao outro (se bem que a disputa pelo comando a política econômica tenha sido encerrada, com a derrota de ambos. Quem manda é Dilma e pronto). E ninguém gosta do secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, a começar por sua chefe Dilma Rousseff. E Carvalho, petista desde a fundação do partido, ligadíssimo à base sindical e de esquerda católica que sempre deu respaldo a Lula, é o guardião da história do PT. Sabe tudo.

Gilberto Carvalho deve agora, segundo o bem-informado colunista Lauro Jardim, de Veja, deixar o Governo para entrar na campanha de Dilma. A presidente, ao que parece, está feliz – não com a entrada de Gilberto, mas com sua saída.

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Tudo claro
Já sabemos por que a Seleção brasileira sofreu contra a Alemanha o apagão citado por Luiz Felipe Scolari, e levou de sete. A explicação é dada por Rui Costa Pimenta, candidato do PCO, Partido da Causa Operária, à Presidência da República (www.pco.org.br): “A derrota esmagadora da seleção brasileira aconteceu muito antes deste fatídico 8 de julho no Mineirão. Foi preparada pela direita nacional organizada pelo imperialismo, pelos monopólios capitalistas do esporte, pela imprensa ‘nacional’ (vendida para o capital estrangeiro) e, inclusive pela esquerda pequeno-burguesa que trabalha a serviço da direita como o PSOL, o PSTU e outros grupos menores do mesmo quilate. Acuaram os brasileiros para não torcer pelo Brasil, buscaram de todos os meios desestabilizar o time brasileiro. A seleção foi derrotada pela política, mais precisamente pela pressão política”.

Completando
Hulk jogou um bolão, Fred atormentou as defesas adversárias, Fernandinho mostrou que é craque. Se não fossem a imprensa e o imperialismo, seria “tóis”!

O país normal
O Congresso não funcionou durante a Copa – embora não se tenha esquecido de alugar carros com motorista. Mas vá lá: embora o país não tenha parado, andou devagar. Agora, que acabou a Copa, o Congresso tem de votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias e só: entra em recesso nesta sexta, que ninguém é de ferro.

O caminho das pedras
Lembra da guerra que resultou em duas CPIs sobre a Petrobras, uma na Câmara, outra mista, de deputados e senadores? Pois é: as duas estão formadas. E quietinhas. O Governo controla as duas, por meio do mesmo senador Vital do Rego, do PMDB paraibano, e não quer fazer marola. A oposição, que já não gosta de se opor, neste caso quer opor-se ainda menos, e pelo mesmo motivo do Governo: para que atingir financiadores de campanhas? Nos últimos 20 dias, foram ouvidos o ex-presidente e a atual presidente da Petrobras.

E fiquemos por aí, que cada parlamentar e cada partido sabem direitinho que o calo dói é no bolso.

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A fonte do dinheiro
As propinas em São Paulo já não podem ser atribuídas apenas ao homem-forte do Governo Covas, Robson Marinho: aos poucos, vão surgindo novos suspeitos, novas evidências. Este colunista não acusa nem defende: quer apenas saber quem andou levando, se é que alguém andou levando. E tem certeza de que ninguém rouba sozinho.

Quando será feita a investigação completa sobre os companheiros de Robson Marinho no primeiro Governo da atual dinastia tucana?

Discretíssimo
Copa vem, Copa vai, e a portaria nº 734 do ministro da Saúde, Arthur Chioro, publicada no Diário Oficial da União de 5 de maio, vai passando batida (veja: https://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=05/05/2014&jornal=1&pagina=36&totalArquivos=148).

Pela 734, médicos, farmacêuticos, dentistas, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas e fonoaudiólogos formados em países do Mercosul (Argentina, Uruguai e Paraguai) estão dispensados de revalidar o diploma para trabalhar no Brasil. A portaria já está em vigor.

Os próximos
A Venezuela não está citada na portaria 734, mas como é membro pleno do Mercosul está, por direito, tacitamente incluída. Os cinco Estados associados ao Mercosul – um status menos elevado – também não são citados; por enquanto, o benefício do diploma sem revalidação não se estende aos profissionais neles formados. Os Estados associados são Colômbia, Equador, Peru, Chile e Bolívia.

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