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Augusto Nunes

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Editorial do Estadão: O radicalismo de Boulos

As lideranças do MTST reiteraram que a possibilidade de “solução pacífica” existe apenas se as autoridades aceitarem o que eles exigem

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 20h43 - Publicado em 6 out 2017, 20h19

Desde o dia 1.º de setembro, o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) ocupa uma área de 70 mil m², em São Bernardo do Campo (SP), de propriedade de uma construtora. Atualmente, há cerca de 7 mil famílias no local. As lideranças do movimento, que retratam o acampamento Planalto como a maior invasão da história do MTST, já avisaram que não obedecerão às ordens judiciais.

“Se a aposta, seja do Judiciário, seja do governo ou da prefeitura, for no conflito, no enfrentamento, e determinarem retirada, o despejo, sem nada, sem nenhuma solução, evidentemente pode gerar uma situação de resistência”, afirmou Guilherme Boulos, o chefe do MTST, que não esconde sua estratégia de intimidação. “Talvez, cinco anos depois, teremos um novo Pinheirinho no Estado”, disse Boulos, referindo-se ao episódio da desocupação de um terreno em janeiro de 2012 em São José dos Campos, onde houve confronto dos invasores com a Polícia Militar.

Em nota divulgada por ocasião de um mês da ocupação em São Bernardo do Campo, as lideranças do MTST reiteraram que a possibilidade de “solução pacífica” existe apenas se as autoridades aceitarem o que eles exigem. “O movimento e as famílias insistem numa saída pacífica, mas para isso é necessário que se negocie e seja encontrada uma solução onde as famílias que buscam seu direito à moradia não fiquem em segundo plano”, diz a nota.

É contraditório o modo de atuar do MTST. Guilherme Boulos e sua turma não dialogaram com ninguém antes de invadir o terreno. Agora, feita a ocupação, falam em diálogo e em negociação. A ameaça está posta: ou aceitam o que eles exigem ou haverá enfrentamento. E o que eles exigem tem pouco a ver com a moradia da população. Seu esmero é voltado para os interesses do MTST. Por exemplo, as lideranças postulam que o movimento seja o intermediador do contrato de construção com o programa Minha Casa, Minha Vida – Entidades, do governo federal. Ou seja, não cumprem a lei e ainda querem receber dinheiro público para ampliar suas atividades e sua influência.

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A ocupação do MTST em São Bernardo do Campo, cujo prefeito é do PSDB, tem clara conotação política. Os moradores e comerciantes da região denunciam que “a maioria dessas pessoas não tem a ver com moradia de São Bernardo”, afirmou Marcos Pasin, que mora ao lado do terreno ocupado. “Basta ver que durante o dia não fica quase ninguém aí”, acrescentou, referindo-se aos barracos instalados na área invadida.

O caráter político da atuação do MTST não é segredo. Conforme informa o site do movimento, “o MTST tem como seu maior objetivo a luta contra o capital e o Estado que representa os interesses capitalistas”. Mais adiante, reconhece: “Afirmamos que o MTST não é um movimento de moradia. (…) A bandeira de uma reforma urbana profunda e popular torna-se uma luta fundamental contra os interesses do capital”.

Fica claro, portanto, que não devem ser levadas muito a sério as palavras de Guilherme Boulos ao Estado, de que “a ocupação é uma forma de pressionar o poder público para fazer o que ele deveria fazer sem ocupação, que é política pública de habitação”. Ou que “a ocupação, neste momento em São Bernardo, tem a ver com organização de demanda. A crise social está se agravando no País e, com isso, mais e mais pessoas têm procurado o MTST para fazer a luta por moradia”, disse Boulos.

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É incompatível uma real preocupação por moradia com o uso de famílias carentes para causas políticas. Mais do que batalhar por melhores condições sociais de uma parcela da população, o MTST aproveita-se da situação de vulnerabilidade dessas pessoas para seus fins políticos. De uma crueldade assustadora, essa tática revela com enorme nitidez a sintonia entre o MTST e o PT de Lula. A suposta defesa dos trabalhadores e dos pobres é apenas a camada externa de uma atuação política indiferente à lei, à democracia e ao interesse público.

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