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“Dedico este troféu tão honroso à minha querida esposa Ana Estela”, emocionou-se Fernando Haddad ao ser oficialmente informado da conquista do título de Homem sem Visão de Julho. “A primeira-dama vive me lembrando a meta mais importante do programa de governo: colocar a vida familiar sempre acima da vida de prefeito”, prosseguiu o campeão, que antecipou o retorno ao Brasil para participar da festa de premiação. “Foi por isso que instituí as férias de seis em seis meses para o prefeito, o regresso obrigatório ao lar às seis da tarde nos dias úteis e a interdição do prédio da prefeitura nos fins de semana, feriados e dias santos”.
Segundo um vizinho de Haddad presente à cerimônia, a fidelidade a esse projeto produziu resultados que compensam os sucessivos recordes de impopularidade estabelecidos pelo gazeteiro profissional. “Ele acha que os 47% de ruim ou péssimo que conseguiu no Datafolha valem menos que os 100% de bom ou ótimo que alcança em todas as pesquisas domésticas”, confidenciou o vizinho, que preferiu o anonimato. “No último Dataddad, que registra a opinião de todos os parentes, um tio-avô disse uma coisa que até decorei de tão bonita: meu sobrinho é um prefeito de quinta, mas é um pai amantíssimo, filho extremoso e marido exemplar”.
Com 2.648 votos (47% do total de 5.594), Haddad superou em mais de mil votos o segundo colocado, Luiz Felipe Scolari (1.572 votos). O vice-campeão ficou indignado com a comparação sussurrada por um dos concorrentes e ouvida por seu inseparável companheiro Flávio Murtosa: “O Haddad é mais uma Alemanha na vida do Felipão. Levou outro 7 a 1 na testa”. Segundo o ex-técnico da Seleção, o segundo lugar no HSV é tão importante quanto o quarto lugar na Copa. “Faço questão de dividir a medalha de prata com o Parreira”, declarou. “E pode anotar: quando souber do meu desempenho na enquete, o Tiago Silva vai chorar dois dias em nome do resto do time”.
A medalha de bronze foi para Renan Calheiros (607 votos), seguido por Aldo Rebelo (563 votos) e Henrique Alves (129). A lanterninha ficou com um inconsolável Moreira Franco (75). “Bem no mês que o chefe consegue se destacar entre os 39 ministros do governo e conquistar uma vaga na briga de foice, entraram na disputa concorrentes de peso como o Haddad e o Renan”, lamentou um dos 247 servidores que trabalham no gabinete do ministro da Aviação Civil.
Foi uma eleição e tanto, leitores-eleitores! Mais uma comovente demonstração de civismo e discernimento! A disputa pelo troféu de agosto já começou! Que vença o pior!
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