Colunistas e blogueiros a serviço do PT registraram com muita animação que Geddel Vieira Lima, fundador da maior agência bancária clandestina do planeta, chefiou a Secretaria de Governo de Michel Temer. Durou seis meses no cargo. Nenhum dos devotos da seita que tem em Lula seu único deus conseguiu lembrar que foi o guia genial do rebanho quem enxergou num dos Anões do Orçamento um gigante político-administrativo. Graças ao chefão, Geddel comandou o Ministério da Integração Nacional de março de 2007 a março de 2010. Três anos.
O noticiário sobre a fortuna estocada em malas e caixas de papelão confirma que a memória dos jornalistas arrendados esvaziou as gavetas que armazenavam informações constrangedoras para os Altos Companheiros e seus asseclas. A turma que escreve de cócoras fingiu ignorar que foi Dilma Rousseff quem decidiu que Geddel merecia a Vice-Presidência de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal. Até a mão da mulher que nomeou e os dedos ágeis do nomeado souberam desde sempre que só quem tem livre acesso aos cofres de uma potente instituição financeira amontoa sem dar na vista montanhas de dinheiro vivo.
Livre de vigilância, o parceiro baiano agiu na Caixa Econômica entre março de 2011 e dezembro de 2013. Mais de dois anos e meio. Juntou 43 milhões de reais em cédulas de 100 e 50 novinhas em folha (fora os mais de 2,5 milhões de dólares). Geddel é amigão de Temer. Mas foi Lula quem o promoveu a ministro. E foi Lula quem o instalou na sala do cofre.