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HSV de 2015, Janot revela que só vai investigar outros bandidos depois de examinar a conta de Cunha na padaria

“Dedico este triunfo à presidenta Dilma, que me garantiu o emprego, e ao deputado Eduardo Cunha, que me permitiu retribuir a gentileza”, declarou Rodrigo Janot na noite deste sábado, ao abrir o discurso de agradecimento pela conquista do título de Homem sem Visão de 2015. O procurador-geral da República venceu a disputa na enquete com […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 23h46 - Publicado em 4 jan 2016, 14h55

Janot HVS ano

“Dedico este triunfo à presidenta Dilma, que me garantiu o emprego, e ao deputado Eduardo Cunha, que me permitiu retribuir a gentileza”, declarou Rodrigo Janot na noite deste sábado, ao abrir o discurso de agradecimento pela conquista do título de Homem sem Visão de 2015. O procurador-geral da República venceu a disputa na enquete com 18.431 dos 48.028 votos válidos, correspondentes a 38% dos leitores-eleitores.

A extraordinária performance do candidato vitorioso foi valorizada pela abrangência representativa do bloco de finalistas. “Faço questão de registrar que enfrentei um grupo impetuoso, ecumênico e diversificado”, constatou Janot na saudação aos concorrentes. Além de craques dos três Poderes, estiveram na briga de foice humoristas a favor, o primeiro senador engaiolado no exercício do cargo e até mesmo um instituto especializado em multiplicação, aumento, redução e sumiço de multidões.

O segundo colocado foi o Datafolha (11.105 votos, 23%) e a medalha de bronze ficou com Jô Soares (3.905, 8%). Seguiram-se, por ordem de votação, os candidatos Fernando Pimentel (3.066), Sibá Machado (2.904), Fernando Haddad (2.510), Luis Fernando Verissimo (1.774), Delcídio do Amaral (1.720), Álvaro Dias (1.141), Dias Toffoli (1.100) e Aldemir Bendine (374).

Na entrevista coletiva concedida depois da cerimônia de premiação, o campeão de 2015 resumiu a receita da vitória: “Em vez de investigar todo mundo que tem culpa no cartório, eu me concentrei num alvo só, menos conhecido da polícia que gente como o Renan e o Collor.” A escolha de Eduardo Cunha deu tão certo que a maior parte da imprensa nem notou que, como os demais meliantes enquadrados pela Operação Lava Jato, o atual presidente da Câmara entrou de cabeça na roubalheira da Petrobras no primeiro governo do padrinho Lula.

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A um jornalista interessado em saber quando começará a tratar das delinquências e traficâncias dos bandidos de estimação do Planalto, o HSV de 2015 explicou que “ainda falta apurar muita coisa prioritária”. Segundo um dos 136 assessores de Janot, não faz sentido, por exemplo, ir atrás do que andaram aprontando por aí o ex-presidente Lula ou a presidenta Dilma antes de examinar minuciosamente a conta do presidente da Câmara na padaria na esquina.

“O chefe diz que já perdeu um tempão com a história do Delcídio do Amaral”, sussurrou a mesma fonte. “Ele só não deixou o senador pra mais tarde porque aquela gravação caiu no colo dele sem aviso prévio”. Janot também acha “essencial para a manutenção da ordem pública” a tomada dos depoimentos de 50 vizinhos pra cá e 50 vizinhos pra lá de Eduardo Cunha. Pelos cálculos do próprio procurador, ele começará a procurar outros procurados em agosto. Ou setembro.

O discurso e a entrevista confirmaram que o troféu de 2015 está em ótimas mãos, amigos! Como sempre, venceu o pior!

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