Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99

Augusto Nunes

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Marcos Troyjo: Apple inova por ‘adaptação criativa’

Foi a empresa pioneira em compreender que o a verdadeira revolução estaria em levar o princípio de computação diretamente a cada indivíduo

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 20h45 - Publicado em 16 set 2017, 23h41
  • Seguir materia Seguindo materia
  • No momento em que a Apple lança uma nova geração de iPhones, vem à mente um interessante paradoxo. Quando Steve Jobs, já com o câncer em estágio avançado, deixava suas funções de liderança na empresa, Tim Cook, seu sucessor, enviara e-mail a todos os funcionários: “estou confiante de que a Apple não vai mudar”. Frase melhor, no entanto, seria: “a Apple vai continuar mudando” — o mundo e a si própria.

    A Apple incorporou intensamente o princípio de destruição criadora. Não esperou tendências de mercado para transmutar seu DNA. Sabedora da natureza caótica e resiliente das empresas intensivas em tecnologia, promoveu, em diferentes fases, sua reinvenção serial (serial reinvention).

    Foi a empresa pioneira em compreender que o principal filão das tecnologia da informação não residia nos hipertrofiados computadores do tipo mainframe para aplicações governamentais ou corporativas. A verdadeira revolução estaria em levar o princípio de computação diretamente a cada indivíduo. Num primeiro momento, a cada lar, escola e empresa. Depois, na mobilidade desse nômade contemporâneo em que hoje todos nos transformamos.

    Captou da mesma forma que o acesso ao mundo digital não poderia intermediar-se por um emaranhado de linguagens de uso e programação inteligíveis apenas a pequeno grupo de iniciados. A interface passou a ser táctil, ainda mais com tabletes e telas interativas. E crescentemente com voz (e agora reconhecimento facial) mediante inteligência artificial.

    Quando os computadores pessoais tornaram-se produtos de massa, a Apple investiu pesadamente em design para fugir da mesmice. Desenhou algo no limite entre funcionalidade e estilo.

    Continua após a publicidade

    Do ponto de vista organizacional, a empresa segmentou-se em pequenas equipes funcionando como unidades de negócio, em vez das divisões mastodônticas e impessoais de outras gigantes do setor. Não há na Apple as tecnoestruturas descritas classicamente por John Kenneth Galbraith em seu livro “O Novo Estado Industrial”, publicado há 50 anos.

    Apostou, ao contrário do que supunha Marshall Mcluhan, que o meio não era a mensagem. Desmaterializou a indústria da música com o iPod e o iTunes. Redefiniu a telefonia móvel e os computadores de mão com o iPhone.

    Dividiu águas para a indústria de mídia jornalística, entretenimento e ensino com o iPad. Superou, assim, a clássica divisão entre hardware e software, implementando a noção de smartware.

    Apostou no declínio da web e criou sua própria – e draconiana – força de vendas online, a App Store. Com isso, reconfigurou o comércio eletrônico.

    Continua após a publicidade

    Remeteu o conceito de “flaghship store” a uma nova dimensão antropológica. As lojas da Apple não são estabelecimentos comerciais. São templos de comunhão.

    Seus consumidores, uma tribo pós-moderna – fiéis de uma religião tecno-secular. Seu minimalismo e aplicativos proprietários, cânones da fé. O Genius Bar da loja é um colégio de sacerdotes. O lançamento ritualizado de produtos, a anunciação. A inovação, a salvação.

    A liderança da Apple não lhe trouxe conforto, mas inquietação. Reinvenção em série forneceu a força vital com que Jobs desafiou o câncer e conduziu a empresa ao Olimpo tecnológico.

    Nos últimos anos, tais reinvenções são mais do tipo “adaptação criativa” do que a disruptiva “destruição criadora”. Os novos iPhones não redesenham o mapa do smartware, trata-se de uma inovação apenas incremental. Ainda assim, do alto de seus 1,3 bilhão de iPhones vendidos até hoje, a Apple, marca mais valiosa do mundo, é um bom exemplo da máxima dos que desejam manter a liderança na inovação: é em time que está ganhando que se mexe.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.