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Nunca houve no Brasil uma figura tão despreparada para a chefia do governo

“A Dilma precisa concluir o raciocínio”, disse Lula em maio de 2010, um tanto confuso com as primeiras apresentações no palanque da sucessora que escolhera. O caso é bem mais grave, registrou um post aqui publicado. Só pode ser concluído o que começa, e o neurônio solitário é incapaz de esboçar algum pensamento com começo, […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 10h48 - Publicado em 12 set 2011, 21h45

“A Dilma precisa concluir o raciocínio”, disse Lula em maio de 2010, um tanto confuso com as primeiras apresentações no palanque da sucessora que escolhera. O caso é bem mais grave, registrou um post aqui publicado. Só pode ser concluído o que começa, e o neurônio solitário é incapaz de esboçar algum pensamento com começo, meio, fim e consistência. Desde a primeira frase pronunciada em público, todas as falas de Dilma Rousseff escancararam a mistura de indigência intelectual e ausência de raciocínio lógico. Desde o primeiro dia, esta coluna denunciou a fraude forjada para vender como executiva superdotada uma formidável mediocridade.

É provável que Lula nem saiba disso. Ele não conseguiria enxergar diferenças entre um Franklin Roosevelt e um Evo Morales. É compreensível que o rebanho engula o embuste sem engasgos. Os devotos da seita engoliram até José Sarney fantasiado de homem incomum. É natural que milhões de eleitores façam de conta que estão entendendo: eles não sabem o que fazem também porque não compreendem o que ouvem. O espantoso é o comportamento dos jornalistas ─ sobretudo os que já lidavam com política e políticos quando a Era da Mediocridade ainda era apenas um brilho no olhar dos fundadores do PT.

O que houve com profissionais que antes precisavam de poucos segundos para reconhecer cretinos fundamentais ou mentes brilhantes? Se dirigissem um telejornal, eles reprovariam Dilma Rousseff no primeiro minuto do teste de vídeo. Se comandassem uma redação, ela perderia na primeira linha do texto a disputa pela vaga de estagiária. Como entender o comportamento abúlico, cúmplice, pusilânime de jornalistas que escrevem bem e se expressam com clareza?

Por que não reagem com estranheza ao palavrório indecifrável? Por que os entrevistadores não pedem à entrevistada que explique melhor o que tentou dizer? Por que não exibem a altivez essencial no trato com a mulher sempre à beira de um ataque de nervos, como atesta o vídeo abaixo? A soma das interrogações compõe um enigma mais perturbador que o palavrório sem pé nem cabeça novamente servido ao país neste domingo.

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Ainda hoje, o jornalista Celso Arnaldo Araújo comentará neste espaço a performance de Dilma no Fantástico. Enquanto espero o texto do nosso especialista em dilmês, revejo a apresentação de 20 minutos, lembro conversas com chefes de governo que conheci, penso no que sei sobre os mais antigos e constato, sem alegria, que a coluna esteve certa desde sempre: jamais a Presidência da República foi exercida por uma figura tão dramaticamente despreparada para o cargo. Nunca houve alguém como Dilma Rousseff.

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