“Na próxima quarta-feira, o Santos só precisa vencer no Pacaembu o mesmo Peñarol para conquistar a Libertadores pela terceira vez”, dizia o último parágrafo do texto publicado no dia 19 na seção História em Imagens, apoiado em vídeos que eternizaram imagens de sonho. “Tomara que seja o começo de uma saga semelhante à que deslumbrou o mundo entre 1962 e 1970″. Ontem à noite, a torcida por uma versão século 21 da magnífica história escrita nos anos 60 foi reforçada pelo próprio Pelé. Quando o gol de Danilo ampliou a vantagem inaugurada por Neymar, a euforia do Rei do Futebol num camarote no Pacaembu só não o fez repetir o célebre soco no ar por falta de espaço. Ele também gostaria de rever o que viveu.
O Santos foi a segunda preferência de todos os torcedores de outros times cuja infância o destino premiou com a contemplação de um elenco de superprodução hollywoodiana. A plasticidade dos voos de Gilmar, a elegância de Mauro, a bravura do líder Zito, a canhoneira de Pepe, a ginga de Dorval, o minimalismo mágico de Coutinho — como não se render a essa admirável constelação regida por Pelé, o astro mais que perfeito? Aquilo foi mais que um grande time de futebol. Foi um corpo de baile incomparável, um grupo de iluminados vestidos de branco. Era natural que o Santos disputasse jogos decisivos no Maracanã. Uma paixão nacional rima com o templo maior.
Neymar e Ganso também já estão acima das preferências clubísticas. Craques geniais são amados por milhões de torcedores que amam o futebol acima de todas as cores. Tomara que fique cada vez mais parecido com a equipe de Pelé. O país saúda o campeão da Libertadores. E que venha o Barcelona.