Oliver: A antena
VLADY OLIVER Ontem, eu conversava com meu filho sobre “a mentalidade” reinante por aqui e seus desdobramentos torpes sobre a realidade, uma vez que tive aulas e mais aulas de prestidigitação com o dono de um dos fast foods da fé mais influentes do país. Eu lhe dizia que quem acha que isto aqui é […]
VLADY OLIVER
Ontem, eu conversava com meu filho sobre “a mentalidade” reinante por aqui e seus desdobramentos torpes sobre a realidade, uma vez que tive aulas e mais aulas de prestidigitação com o dono de um dos fast foods da fé mais influentes do país. Eu lhe dizia que quem acha que isto aqui é um “golpe transnacional”, com ramificações em todas as instituições e aparelhamento consciente da coisa pública, é muito conspiracionista.
A coisa não se dá de caso pensado, mais por uma estranha osmose mental que parece unir todos os meliantes numa mesma causa vigarista. Alguém aqui acredita mesmo na capacidade de articular e pensar de um lulão? Ou será que a quadrilha simplesmente “se ajunta” num aparelho qualquer e começa a devanear sobre como roubar a plebe rude com mais força e intensidade?
Lá naquela outra armação era assim. Os caras simplesmente juntavam seus caráteres avariados e computavam o produto do roubo; a ideologia que se danasse. Um instigava o outro: Como roubaremos mais um pouco? O chefe do bando só avalizava ou não as ideias torpes, que ele não tinha competência de tê-las sozinho a todo instante. Às vezes tinha, que a ladroagem já era incorporada em seu tonus vivendi. Foi quando meu garoto saiu-se com esta pérola: “Entendi. O Lula é uma espécie de “Chico Xavier” de todos os espíritos ruins”. Rimos muito.
É claro que o maior médium brasileiro não merecia sequer a comparação com o maior carcamano brasileiro e espero que os espíritas não entendam o exemplo como algum tipo de provocação. Esse era e é um Grande Chico. Já o grande lula não passa de uma farsa picareta, das mais mal montadas. Uma farsa que também é uma antena, se olharmos com atenção. Uma antena que só capta bosque; é verdade. Uma antena calibrada tão somente para instigar o que há de pior na espécie humana. Um construtor de mazelas.
É claro que num país tão faminto como o nosso, uma entidade como esta acaba com requintes de santidade, se a polícia não chegar primeiro e acabar com a festa. É o santo e o profano se imiscuindo numa festinha de corar a sacristia. Deixemos de ser hipócritas, meus amigos. Assim como toda igreja católica, de costas para o seu rebanho, desemboca numa academia neoevangélica dessas que abundam por aqui, todo tucano desemboca num petista e nunca o contrário.
Preciso desenhar ou todos aqui entendem o recado? Chegou a hora de exumar esses cadáveres, bater o tambor para essas entidades largarem o corpo dos cambonos e deixarem em paz um país inteiro. Eu quero trabalhar; os ladrões vão sair do caminho exatamente quando?