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Augusto Nunes

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Oliver: Vespeiro

VLADY OLIVER Não é de hoje que reitero meu apreço aos textos de Fernão Lara Mesquita. Diferente do mausoléu que solta fornadas de editoriais quentinhos a toda hora, o dono da coisa sabe o que e como escrever. Seu vespeiro – nada a ver com marimbondos de fogo – é uma obra em constante reforma, […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 23h02 - Publicado em 12 abr 2016, 21h09

VLADY OLIVER

Não é de hoje que reitero meu apreço aos textos de Fernão Lara Mesquita. Diferente do mausoléu que solta fornadas de editoriais quentinhos a toda hora, o dono da coisa sabe o que e como escrever. Seu vespeiro – nada a ver com marimbondos de fogo – é uma obra em constante reforma, o que para o jornalismo é uma certeza de bons produtos na prateleira.

O Brasil, este país esquisito que prende sem-terra com dinheiro vivo na manifestação, que flagra as doações para a igreja de Brasília pelo Gim alcoólico e que acaba incensando heróis mortos de overdose como o Bob Jeff, bem que vai precisando olhar-se no espelho e se defrontar consigo mesmo. É o mesmo país que trata com dois pesos pesados – e mortos – e com duas medidas provisórias – e bambas – o que vazou do discurso de Temer e a bandalheira protagonizada pelos boquirrotos Dilmão e Lulão ao telefone?

A dona não tem aspones? Adjuntos? Secretinos? Liga ela mesma para o chefe do bando, para inocentá-lo com uns papeizinhos? Fala serio. Matar o carteiro pelas más notícias que ele carrega parece ser o mote rombudo de toda essa vigarice ululante que nos rodeia. O sujeito mata, estupra e cospe o chiclete na calçada, mas a justiça só o enquadra mesmo pelo chiclete cuspido inadvertidamente.

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Aí o “devogado” geral da união da ilha do governador dessa pocilga vai ao Congresso para afirmar que isso não é crime para cadeia. Não é um mimo? O que dizer do juiz supremo que só vê culpa e comportamento inadequado no juiz de primeira instância disposto a faxinar o país inteiro, com sua vassourinha da decência ? Quem está disposto a ajudar o sujeito?

Este país definitivamente não é para iniciantes. Se executivo, legislativo, judiciário, imprensa e agora as representações religiosas entram de sola na oração da propina, o que sobra de instituições para a gente respeitar? É cristalino que essa gente toda não chegou onde chegou sem o ofertório do “calaboca” . É claro que, sem o auxílio de determinados grupamentos, o PT nunca teria ido tão longe na roubalheira e na exploração desavergonhada de tantos brasileirinhos, sem defesa e justiça.

Está ficando cada dia mais difícil conviver com essas réguas tortas para medir a tortura dos eretos, meus caros. Quem pede humildemente um voto de confiança num governo transitório é sumariamente chamado de “golpista”, mas quem vende esse governo aos pedaços no hotel do lado deve ser chamado exatamente de quê? Estranhos tempos, esses. Só sei que o impeachment dessa mamulenga será o começo – e não o fim – de um potencial pesadelo que ainda podemos viver por aqui.

Os caras roubaram toda essa grana, todo esse tempo, bem debaixo dos narizes de todos esses crédulos justamente para criar um exército de mamulengos, que não enfrentará o Tiro de Guerra de Taquaritinga, como bem afirmou Augusto Nunes, mas causará severos estragos em toda a máquina pública, se continuarem pendurados nas tetas que os pariram alegres e faceiros. Quem vai ser o “bolas na agulha” que vai varrer essa escumalha da porta de nossos galinheiros? Com a palavra, os coadjuvantes.

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