VLADY OLIVER
Ainda estou para dar minha cota de crédito irrestrito para a Lava Jato, operação da Polícia Federal que anda revirando a vida dessa quadrilha petralha instalada no poder. Como o jornalista Reinaldo Azevedo, também me espanta que o chefe da camorra não seja o principal investigado até agora, especialmente depois de deflagrada a vigésima-segunda parte da novela interminável, batizada de Triplo X. O trocadilho que insinua a investigação sobre o tríplex do vigarista, com suas cozinhas sob suspeita e a eterna vontade do demiurgo de “morar de favor” também escancara a denominação dos filmes com conteúdo pornográfico – os XXX – e o herói sem caráter vivido pelo chefe de todos os carecas, o Vin Gasolina. Pois é.
É escandaloso que uma cooperativa que roubou o dinheiro de pelo menos 3 mil incautos não apareça na “mídia” como um problema habitacional. Quem são essas pessoas feitas de otárias? Seriam elas coniventes com a vigarice aqui encenada? Naquelas igrejas fast food da fé, muita gente compra óleo de pastel como coisa santa. A maioria sabe do que se trata, mas compra assim mesmo. Medo de serem considerados dissidentes, de não ajudarem a causa ou de serem “ovelhas desgarradas” aos olhos da matilha de lobos que toma conta dos interesses do bando todo.
Seria interessante ouvir a voz dessas pessoas, não é mesmo? No incêndio da Boite Kiss, por exemplo, a movimentação social em torno da injustiça ali cometida criou associações inteiras de indignados acompanhantes do desenrolar da história. E aqui? Aqui Mariana ameaça desabar de novo. Onde andam os sismólogos para arrumar um providencial terremoto para amenizar a culpa daqueles que, deliberadamente, abandonaram a segurança em favor da propina?
O ministro que quer o mosquito da Zika infectando meninas impúberes dá bem a medida da irresponsabilidade dessa quadrilha. A ONU ainda não está convencida de que a microcefalia seja causada pelo mosquito. E se não for? Será outra Smartmatic, empurrada para debaixo do tapete por um conluio de vigaristas, incluindo aqui aqueles em quem votamos? Desde que esqueçamos quem são, de onde vem o que andam roubando, o teatro da impunidade estará garantido, com direito a “conselhões” inúteis e outras cortinas de fumaça para a mesma roubalheira de sempre.
Metade do PT tem apartamentos naquele edifício fatídico. São apartamentos de veraneio. Para quem defende o comunismo e o direito de todos se apoderarem do que é dos outros, parece que amealharam uma fortuna razoável para chamar de “capitalismo com o capital alheio”, certo? Essa gente não vale o que o gato enterra. Que não fique provada uma vírgula contra o maior vigarista que este país já pariu, seu modus operandi não me deixa mentir sobre a existência de “uma natureza” em volta dessa quadrilha.
Uma presidente com tamanha rejeição pública não deveria pegar o boné, em respeito a uma tal de “democracia” que finge respeitar? Ela não o fará. Terá de ser apeada por forças que ainda não se deram conta do abismo em que nos metemos. Do tipo de meliante que se apoderou da coisa pública em benefício próprio, ultimamente. E ficamos aqui, esperando, com nossos narizes de palhaço, que essa gente finalmente se canse de mentir, empulhar, roubar, dissimular, cacarejar e saiam com as mãos para cima, cientes de que foram pegos em flagrante delito.
Até lá, olho as corajosas intervenções do juiz Sérgio Moro na bandalheira com olhos de Cerveró. Pode ser que todas as prisões efetuadas até agora não passem de cortina de fumaça da verdadeira origem de todo esse inferno. O chifrudão-chefe continua livre, leve e solto, sem que surjam indicações convincentes de que vai pagar pelos crimes cometidos. Se isso não acontecer, saberemos do que este país é feito, senhores. De lama de barragem mal feita. Cuidado para não se afogar, andando por aí. Calhordas.