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Augusto Nunes

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Os bacharéis de Lula são doutores em insolência e invencionice

A discurseira da tropa de bacharéis comprova a falta de álibis capazes de livrar da cadeia um criminoso juramentado

Por Augusto Nunes Atualizado em 3 ago 2017, 14h47 - Publicado em 2 ago 2017, 18h09

Cada palavrório recitado por algum advogado de Lula consolida a certeza de que a tropa de bacharéis não dispõe de um único e escasso álibi capaz de afastar o cliente famoso da trilha que termina na cadeia. Tal constatação foi reafirmada nesta terça-feira pela reação dos doutores ao enquadramento do ex-presidente no sexto processo resultante das descobertas da Operação Lava Jato. Ao aceitar a denúncia do Ministério Público Federal segundo a qual a reforma do sítio em Atibaia foi uma retribuição de empresários amigos aos bons serviços prestados pelo camelô de empreiteira, Sergio Moro deu a senha para o recomeço da lengalenga interminável.

Se Lula fosse inocente, os responsáveis pela defesa estariam festejando neste momento a chance de desmoralizar invencionices tramadas por perseguidores movidos por motivos políticos. Como tentam absolver um culpado de carteirinha, os advogados recomeçaram a encenação da Ópera dos Farsantes. Heráclito Fontoura Sobral Pinto ensinou que o primeiro juiz da causa é o advogado. Se o cliente for culpado, exemplificou o grande jurista, seu defensor não tem o direito de assassinar a verdade: deve limitar-se à procura de argumentos e atenuantes que reduzam a gravidade do delito e abrandem a pena. Ainda bem que o grande jurista não viveu para ver em ação um Cristiano Zanin Martins, o sargentão da tropa de bacharéis do Instituto Lula.

Nos processos que envolvem o ex-presidente, Zanin desempenha simultaneamente três papéis. Além do advogado que tortura os fatos, ele também interpreta o promotor decidido a encarcerar Sergio Moro e o magistrado decidido a condenar um juiz de verdade por sucessivos “atentados ao Estado de Direito”. Inimigo do Estado de Direito é quem tenta travestir de inocente um criminoso juramentado. “Foi a decisão de um magistrado manifestamente suspeito”, delirou Zanin. Suspeito de quê? De acreditar que todos são iguais perante a lei? De ler corretamente os artigos do Código Penal?

Numa nação civilizada, essa espécie de chicana seria execrada pelos colegas de profissão. Num Brasil envilecido por 13 anos de lulopetismo, Zanin pode virar um exemplo a ser seguido por caçadores de fregueses que pagam com dinheiro de origem suspeitíssima os gordos honorários calculados em dólares por minuto.

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