JÚLIA RODRIGUES
“Aeroportos/Aiports”, indicam as placas colocadas na Radial Oeste e na Praça da Bandeira, no Rio de Janeiro, para ajudar os turistas que visitam a capital fluminense a chegar ao aeroporto Santos Dumont ─ só ao Santos Dumont. Apesar do plural, chega-se ao Galeão-Tom Jobim, localizado a quilômetros de distância, por uma rota completamente diferente.
Se as indicações em português confundem até gente nascida e criada no Rio, a versão em inglês parece redigida por Sérgio Cabral. Quem viu o vídeo em que o governador conta como foi o encontro entre Dilma Rousseff e Madonna suspeita que só quem domina aquele estranho dialeto pode escrever “aiport” em vez de “airport”. Mas o festeiro da Turma do Guardanapo ficou fora dessa. Não foi ele quem assassinou o R indispensável.
Segundo o jornal Extra, a Rio Eventos Especiais, empresa vinculada à prefeitura e responsável pela derrapagem bilíngue, limitou-se a garantir que as placas serão substituídas até este domingo, data do amistoso entre Brasil e Inglaterra, primeiro jogo oficial do Maracanã reformado e último teste para a Copa das Confederações.
Os redatores de placas da empresa talvez se tenham inspirado nos colegas que cuidaram da sinalização da Fonte Nova, em Salvador. A arena baiana virou piada na imprensa internacional por ter resolvido maltratar com uma armadilha impiedosa turistas gringos que tentam voltar para o hotel. As placas que deveriam indicar a saída (“exit”, em inglês) exibiam um tenebroso “entrace”. O N amputado atesta que o autor da inscrição não sabe sequer escrever “entrance” no lugar errado.
Na Bahia, a confusão precedeu a chuva de caxirola e o desabamento parcial da cobertura do estádio. É a maldição da Fonte Nova. Imagina na Copa