Bahia: Governador diz que é preciso ‘medidas urgentes’ contra crise
Estado está entre os 14 que ultrapassaram o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal de 60% da receita corrente líquida em gastos com pessoal
O governador reeleito Rui Costa (PT) anunciou nesta segunda-feira (19) que vai adotar medidas para enxugar a máquina pública da Bahia. O estado está entre os 14 que, segundo a Secretaria do Tesouro Nacional, ultrapassaram o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) de 60% da receita corrente líquida em gastos com pessoal, incluindo ativos a aposentados.
O índice da Bahia é de 60,95% — o ranking é liderado por Minas Gerais, com 79,18%. “Vou precisar fazer alterações para enfrentar um prolongamento da crise que se avizinha. Todo mundo esperava que a crise pudesse ser superada, mas não há sinal no horizonte de que haverá reversão em curto prazo. Nós vamos nos preparar para uma crise ainda prolongada para manter o pagamento dos servidores em dia e conseguir honrar os compromissos do estado”, afirmou Rui Costa.
De acordo com o governador, a previsão do déficit da previdência estadual é 4,08 bilhões de reais para 2018. Para o próximo ano, a estimativa é de 4,7 bilhões de reais. Segundo ele, nos últimos quatro anos, 22.000 baianos pediram para se aposentar.
“O anúncio da reforma da Previdência, que foi anunciada e não aconteceu (no governo do presidente Michel Temer), incentivou as pessoas a anteciparem o pedido da aposentadoria. O que era grave agora ficou dramático. Com este ritmo, não conseguiremos manter as contas em pé. É preciso aprovar medidas urgentes”, argumentou.
Rui Costa não informou que medidas pretende adotar, mas no mês passado VEJA revelou que o gestor estadual planeja um pacote de concessões. A Empresa Baiana de Águas e Saneamento, a Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR) e a Companhia de Processamento de Dados do Estado da Bahia (Prodeb) podem ser concedidas à iniciativa privada.