Integrantes da equipe econômica amanheceram nesta terça-feira em silêncio. A ordem é evitar falar demais até que se tenha mais clareza das novas orientações que serão dadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Há muito a ser digerido depois da entrevista concedida na noite de ontem por Roberto Campos Neto ao Roda Viva.
Lula e Haddad se reúnem nesta manhã para discutir meta de inflação, política de juros e toda a confusão que ronda esses temas. Campos Neto, claramente, acenou com a bandeira branca na direção do governo. Também esvaziou completamente a ofensiva do PT cobrando dele explicações ao Congresso pela taxa de juros. Ele avisou que falará aos parlamentares quantas vezes for preciso. Até se antecipou e disse já ter conversado com a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado sobre essa possibilidade.
Mais do que isso, o presidente do Banco Central ainda acenou com a perspectiva de uma redução dos juros no futuro próximo, desde que o governo faça sua lição de casa. Apresente um plano consistente de reformas e aponte sinais de avanço nas negociações. Afinal, segundo ele, no fim do ano passado havia condições de falar em baixar a Selic ainda no primeiro semestre.
A conversa entre Lula e Haddad é preparatória para a reunião do Conselho Monetário Nacional, na quinta-feira. Participam do colegiado tanto o ministro da Fazenda quanto a titular do Planejamento, Simone Tebet. Depois da reunião de hoje, Lula viaja para a Bahia.
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