Pesquisa CNT/MDA mostra que a briga entre Lula e Bolsonaro mal começou
Dados como o estreitamento da diferença entre o presidente e o petista mostram que ainda há muito para acontecer na corrida ao Palácio do Planalto
Os números da nova pesquisa CNT/MDA, divulgados nesta segunda-feira, são uma demonstração clara de que ainda há muito por vir na corrida presidencial. Fica evidente que não há garantia de uma vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro turno. Há sinais de que o presidente Jair Bolsonaro tem margem para recuperação. E, embora uma terceira via não tenha se consolidado até o momento, ainda existe uma parcela do eleitor que parece empenhada em encontrar uma alternativa ao centro.
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Primeiro, a distância entre Lula e Bolsonaro diminuiu. É a mesma tendência que já aparecia na última pesquisa PoderData, divulgada na semana passada. Na CNT/MDA, Lula tem 42,2% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro aparece com 28%. Em dezembro, o petista aparecia com 41,3% e o presidente tinha 26,6%. Individualmente, a oscilação é pequena. Mas o intervalo entre eles passou de 17,2 pontos para 14,2.
Se a tendência persistir, será difícil o petista manter uma vantagem tão confortável em relação ao seu maior adversário. E o resultado disso será uma briga muito mais pesada e muito mais acirrada. Principalmente quando todos as cartas estiverem na mesa. Afinal, Lula nem sequer oficializou sua entrada na disputa pelo Palácio do Planalto.
Outro ponto importante da pesquisa é que Bolsonaro cresceu acima da margem de erro. É um dado que ajuda a acalmar a ansiedade do Palácio do Planalto, que vinha esperando há algum tempo um indicativo de retomada do presidente. O time de campanha temia que o eleitor permanecesse apático, mesmo depois de Bolsonaro ter lançado mão de seu maior trunfo na área social: o Auxílio Brasil com valor de R$ 400. A nova pesquisa é, no mínimo, um respiro.
Além disso, Lula e Bolsonaro sabem que, embora estejam na liderança, não estão sozinhos no jogo. A nova pesquisa sugere que a fragmentação do centro de fato se tornou o maior obstáculo para uma terceira via. Mas os votos que rondam os candidatos ao centro ainda não migraram para uma das duas pontas do espectro político.
Tanto a campanha de Lula quanto a de Bolsonaro olhavam com atenção a movimentação de Sergio Moro. Mas o ex-ministro da Justiça parece custar a empolgar – passou de 8,9% para 6,4%, uma queda de 2,5 pontos, também acima da margem de erro. João Doria, por sua vez, permanece estagnado em 1,8%. Mas a oscilação de Ciro Gomes para cima – ele passou de 4,9% para 6,7% – pode ser uma evidência de que esse eleitor ainda não está satisfeito com a ideia de uma eleição polarizada.
De qualquer forma, nenhum desses números mede especulações que correm nos bastidores. Não expressam o risco de uma desistência de Rodrigo Pacheco, um possível apoio do MDB de Simone Tebet a outro candidato, a possibilidade de uma candidatura de Eduardo Leite e até mesmo a movimentação de Michel Temer para se colocar como alternativa. O tal do cenário do momento é sempre útil. Mas ainda há muito jogo pela frente.
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