Japoneses, coreanos e chineses possuem uma camada de gordura embaixo na pálpebra que faz com que esse pedaço de pele se projete para a fora. É o que se chama de “olho puxado”.
A explicação mais usual para isso é a de que esse pedaço de gordura protege o olho do frio e do vento. “Muitos desses povos evoluíram originalmente de áreas da Sibéria e depois rumaram para o sul”, diz o professor de psicologia evolutiva Robin Dunbar, da Universidade Oxford.
Mas é errado pensar que os olhos dos orientais são menores. O que muda é o formato, por causa da pálpebra mais saliente.
As alterações em relação ao tamanho dos olhos não são entre Ocidente e Oriente, mas entre os trópicos e as zonas polares. Os que vivem mais perto dos pólos do planeta têm glóbulos oculares maiores. “Como a quantidade de luz é menor, a retina precisa ser maior para captar mais luz”, diz Dunbar, que em 2011 publicou um estudo após analisar o crânio de 55 esqueletos que viveram no século XIX.
Segundo suas conclusões, africanos, índios americanos e grupos que vivem perto da Linha do Equador possuem olhos menores, enquanto que asiáticos e europeus, mais perto dos pólos, têm olhos maiores. A bola do olho deles chega a ser 20% maior que a dos que vivem nas áreas mais luminosas e quentes.
Os habitantes de cidades mais ao norte e ao sul também desenvolveram uma área maior do cérebro para processar uma quantidade reduzida de informações visuais. No estudo de Dunbar, as maiores foram os da Escandinávia. Isso, contudo, não quer dizer que os habitantes dos pólos sejam mais espertos. Apenas se adaptaram melhor à escuridão.