Por que os pescadores de Cuba não têm barco?
A ditadura comunista só permite que eles usem redes, linhas ou arpões
Cercada por mar, a ilha de Cuba tem um fenômeno peculiar: vilas de pescadores sem embarcação alguma.
Na Praia de Santa Luzia, perto da cidade de Camaguey, eles só podem trabalhar com redes, linhas ou arpões. Uma pequena fortaleza militar se ergue no meio da praia. No seu topo, homens com binóculos vigiam o tempo todo a areia. Se alguém aparecer com qualquer coisa que flutue, é imediatamente interrogado.
A razão para isso é um tanto óbvia: se os cubanos tivessem barcos, ninguém ficava vivendo na ditadura comunista. Todos iriam para Miami.
Quando um restaurante em Havana oferece peixe no cardápio, provavelmente se trata de um que foi importado por alguma empresa ligada aos militares. O preço é sempre proibitivo para os cubanos. A quantidade que os pescadores conseguem retirar do mar é pequena e se destina ao consumo próprio.
Sem peixe na mesa, os cubanos praticamente só tem como fonte de proteína porco, e algum frango.
Em algumas cidades costeiras, é possível avistar barcos. Mas eles são sempre muito velhos e não têm coletes salva-vidas. Aventurar-se no alto-mar é sempre muito arriscado. Além disso, tudo é muito controlado com documentos e licenças.
Na baía de Havana, há um pequeno grupo de barcos de pesca. Para navegar pelo mar aberto, seus donos precisam de uma permissão especial. Eles são constantemente vigiados por uma lancha e por membros da polícia política que andam pela calçada.