Neste 4º post da série sobre os resultados do PISA, apresento dados que permitem refletir sobre o desempenho dos alunos brasileiros por regiões do país.
Este quadro apresenta a evolução das notas do PISA por disciplina e região. Anteriormente havia uma amostra que permitia fazer comparações por estados. Em 2018, a OCDE mudou a formato da amostra, e agora não sabemos mais os resultados por estado. Faremos, portanto, a análise por região.
A comparação relevante se dá entre os anos de 2012 e 2018, quando já estava relativamente estabilizada a atual proporção de alunos matriculados no 2º ano do ensino médio que participam do PISA e que puxam a média para cima. O que podemos observar?
A diferença de notas entre as regiões é relativamente alta: Norte e Nordeste encontram-se cerca de 40 pontos abaixo da média dos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Isso vale para as três disciplinas. Grande parte desse resultado se deve à diferença do nível socioeconômico dos alunos.
A estagnação do ensino médio que se verifica no ENEM e na Prova Brasil também se reflete no PISA: a variação de resultados nesse período vai de – 8 a + 9 pontos, uma variação relativamente modesta face a um desvio-padrão de 100 pontos.
Embora a magnitude das mudanças não seja grande, os dados sugerem algumas diferenças regionais: uma estagnação ou mesmo ligeiro recuo no Sudeste, e um leve avanço no Centro-Oeste.
Em síntese, os dados do PISA não permitem detectar nenhuma iniciativa que esteja contribuindo para melhorar o desempenho dos alunos brasileiros.