Nosso Lar é um filme baseado no espiritismo. O senhor segue alguma religião? Sou católico de formação e sempre fui curioso por religiões no geral. Acho que isso é um pouco do nosso país, da cultura. Aprendi a respeitar todas.
Como se preparou? Fui pesquisando, lendo, e teve um pouco de intuição. No set tínhamos o Wagner, diretor, que é extremamente envolvido com a temática, e também pessoas da Federação Espírita. O Aniceto é um personagem difícil, que tem uma capacidade muito maior do que a minha de entender o outro. Fui pesquisar isso nas pessoas ao meu redor.
Li que o senhor tem vontade de contatar seu pai, morto há trinta anos. Chegou a tentar? Estou trabalhando muito e ainda não tive tempo, mas quero me aprofundar na ideia. Minha filha era recém-nascida quando começamos a filmar, e falei para ela que meu pai adoraria conhecê-la. Fiquei com ele na cabeça e, quando fomos para o set, questionei se essa comunicação era possível. Nunca achei que fosse simples, e o Wagner me explicou que precisa ter uma disponibilidade. Mas a vontade existe.
Presenciou algum fenômeno sobrenatural na filmagem? Eu senti um perfume no set que não estava lá antes e me explicaram que era uma manifestação. Também teve uma cena em que Aniceto enfrentava espíritos do umbral e, no final, estava todo mundo me olhando porque a porta abriu e fechou sozinha atrás de mim, sem vento. Eu não vi, mas acredito.
Publicado em VEJA de 26 de janeiro de 2024, edição nº 2877