Disney, 100 anos: o império bilionário que nasceu em uma garagem
Companhia criada por Walt Disney teve começo difícil até se tornar gigante do entretenimento mundial
Muito antes de se tornar a maior empresa de entretenimento mundial, a Disney teve um começo humilde surpreendente. Há exatos 100 anos, no dia 16 de outubro de 1923, Walt Disney (1901-1966) e seu irmão Roy O. (1893-1971) criaram a Disney Brothers Studio, empreitada iniciada na garagem de um tio da família, em Los Angeles, na Califórnia. Ali, os dois plantaram a semente do mercado de animação que hoje é parte indelével da história do cinema mundial. A jornada, porém, havia começado bem antes, repleta de tropeços, falências e traições.
Nascido em Chicago, Illinois, Walt passou a maior parte de sua infância em uma fazenda no interior do Missouri. Aos 16 anos, se alistou na Cruz Vermelha e foi enviado para França, onde dirigiu uma ambulância por um ano. De volta aos Estados Unidos, Walt morou com sua família em Chicago até se matricular no Instituto de Arte de Kansas. Para ganhar dinheiro, o estudante vendia lanches e jornais por ferrovias da região. Na mesma época, ele dormia em um sofá na casa de Herbert, um de seus três irmãos mais velhos, com ajuda de custo de Roy O. — a prole ficava completa com Raymond e Ruth Disney.
Ainda no Kansas, Walt começou a trabalhar como ilustrador criando anúncios para jornais, revistas e cinemas. Assim conheceu Ub Iwerks, com quem abriria depois uma pequena empresa de animação, a Iwerks-Disney Studio. O projeto, porém, não vingou. Em seguida, ambos foram contratados pela Kansas City Slide Company, onde Walt pôde se dedicar à produção cinematográfica que o inspiraria em seus futuros projetos de animação.
Trabalhando na garagem de casa, Walt começou a esboçar seus primeiros desenhos animados e curta-metragens para sua nova empresa, a Laugh-O-Gram. A empresa também faliu. Ele, porém, insistiu, fez as malas e seguiu o sonho de ir para Hollywood. Na Disney Brothers Studio, deu início à série animada Alice Comedies, um projeto que impulsionaria o que estava por vir.
Depois de quatro anos, o animador criou Oswald, O Coelho Sortudo, porém, um distribuidor passou a perna em Walt e roubou o projeto. Restou ao empresário criar outro desenho, e dali partiu o Mickey Mouse, que não só se tornou protagonista de séries e filmes animados de sucesso, como também virou peça-chave de campanhas publicitárias imensamente lucrativas. Conforme suas animações foram ganhando popularidade nos cinemas e com o público, os produtos licenciados também ajudaram a encher os cofres da empresa.
O resto, como dizem, é história. Ao longo das décadas, a Disney aprendeu a monetizar a diversão ao expandir seus negócios em parques de diversões, resorts de luxo, cruzeiros e serviços de streaming. Hoje, ela vale 148 bilhões de dólares (740 bilhões de reais na cotação atual) — uma trama de superação digna de cinema.