Assine VEJA por R$2,00/semana

Em Cartaz

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Do cinema ao streaming, um blog com estreias, notícias e dicas de filmes que valem o ingresso – e alertas sobre os que não valem nem uma pipoca
Continua após publicidade

‘Divertida Mente 2’: entenda o final da animação da Pixar

Novo filme do estúdio mostra a chegada de novas emoções à mente de Riley – entre elas a ‘vilã’ Ansiedade

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 jun 2024, 14h22 - Publicado em 22 jun 2024, 19h11
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O texto a seguir contém spoilers sobre o fim do filme Divertida Mente 2, em cartaz nos cinemas

    Publicidade

    Logo no início de Divertida Mente 2, as emoções apresentadas no primeiro filme, de 2015, Alegria, Tristeza, Raiva, Medo e Nojinho, são surpreendidas pela chegada de novos moradores não tão desejados. Os novatos, Vergonha, Inveja, Tédio e Ansiedade, logo dominam o painel de controles da mente de Riley, a garota de 13 anos que abriga na cabeça a trupe de seres coloridos. Incumbida de pensar no futuro e nos cenários que podem dar errado, a Ansiedade prende as emoções antigas e as envia para o fundo da mente da jovem, numa ação de consequências desastrosas. 

    Publicidade

    A premissa básica do novo filme da Pixar não nasceu do “achismo”. Com consultores da área de psicologia, a produção do longa voltou a atenção para emoções que refletem uma virada importante da vida humana, quando, da infância para a adolescência, o indivíduo passa a criar o senso de si e a se importar com o social. “Os hormônios explodem e os jovens se preocupam com a aparência, querem paquerar e passam a imaginar o que os outros pensam sobre eles”, disse em entrevista ao site Vox o psicólogo e professor universitário Dacher Keltner, consultor dos dois filmes da série, que estuda as emoções e seus efeitos no convívio social e nos julgamentos morais. 

    A cena da crise de pânico de Divertida Mente 2

    Alegria e Ansiedade em meio a um ataque de pânico no filme 'Divertida Mente 2' -
    Alegria e Ansiedade em meio a um ataque de pânico no filme ‘Divertida Mente 2’ – (//Reprodução)

    Ao entrar em uma fase de maior interação social fora da família, Riley tem sua autoestima abalada, assim como a construção de seu senso de si. Quem ela é? No que acredita? O que quer para o futuro? Quando suas duas melhores amigas revelam que vão mudar de escola, e ela tenta uma vaga no time de hóquei, que pode ser uma porta de entrada também para uma vida social agitada no ensino médio, a garota excede os limites físicos e mentais, culminando em uma crise de ansiedade e de pânico.

    Publicidade

    Ela fica ofegante, suas pernas tremem, o corpo transpira, tudo em um sofrimento contido e explosivo ao mesmo tempo. Em sua mente, a Ansiedade está presa ao controle e a Alegria, que retornou ao local, só consegue fazê-la soltar quando diz uma frase poderosa: “Ansiedade, você não tem o direito de decidir quem a Riley é”. A sentença serve também para a própria Alegria, que tentava mascarar os defeitos e erros de Riley, enviando memórias ruins para o lixão da mente. Ao fim, a Alegria retoma o controle, mas deixa de iludir a garota só com memórias felizes — e não bane a Ansiedade para os confins do cenário colorido: a emoção é parte da jovem e, apesar de não parecer inicialmente, ela se importa com a garota.

    Continua após a publicidade

    Mas a Ansiedade é a vilã? 

    .
    Sucesso das animações, ‘Divertida Mente 2’ retorna após quase uma década com nova personagem (Pixar/Divulgação)

    Assim como foi feito no filme anterior, o qual mostra a Tristeza como uma parte essencial da vida humana, a animação tenta fazer o mesmo com a Ansiedade: ela parece ser a vilã, mas não é — porém, seu poder sobre uma pessoa, sua personalidade e sua autoconsciência devem ser controlados. “A Ansiedade é parte essencial da vida”, disse a psicóloga Lisa Damour, especializada nas mudanças mentais de meninas, também consultora do filme. “Ela nos protege, nos ajuda a antecipar situações que podem dar errado e nos faz tomar boas decisões. Ela tem uma função saudável, mas tem seu lado perigoso, e o filme mostra ambas as situações para que as famílias conversem sobre isso.” 

    Publicidade

    Assim, no fim da produção, a Ansiedade reaparece para palpitar nas ações da Alegria – que lhe dá um chazinho quente e uma cadeira de massagem. Em seguida, elas conversam sobre uma ferramenta comum na psicoterapia: o que está sob o controle de uma pessoa? Riley tem prova de espanhol e precisa estudar. Ao apontar para essa preocupação, a Ansiedade mostra seu valor. Mais do que um alívio cômico, a cena é notável: respirar fundo e deixar de lado o que não está sob controle é uma boa saída para treinar o lado bom da temida emoção.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 9,90/mês*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.