Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99
Imagem Blog

Em Cartaz

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Do cinema ao streaming, um blog com estreias, notícias e dicas de filmes que valem o ingresso – e alertas sobre os que não valem nem uma pipoca
Continua após publicidade

‘Trem-Bala’ consagra um Brad Pitt soltinho na tela – e fora dela

Ator coroa sua boa fase cômica no cinema — humor que o salvou também de seu conturbado divórcio e do cancelamento

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 12h36 - Publicado em 5 ago 2022, 06h00

Sob o codinome Joaninha, um criminoso conversa no telefone com a mulher que o contratou: ele deve entrar em um trem-bala no Japão, pegar uma maleta e sair na estação seguinte. Antes do embarque, a voz no celular recomenda que ele leve consigo uma arma. Joaninha se recusa. Afinal, ele é um novo homem, que acredita no poder da paz e repete frases clichês motivacionais como “quando uma porta se fecha, uma janela se abre”. Dentro do trem, o roubo não é tão simples — e, ao contrário dele, outros passageiros de índole duvidosa estão armados até os dentes. Estrela do filme de ação cômico Trem-Bala (Bullet Train, Estados Unidos/Japão, 2022), em cartaz nos cinemas, Joaninha é interpretado por um inspiradíssimo Brad Pitt. Aos 58 anos, o ator encontrou no personagem um espelho de seu eu na vida real: um homem de humor pungente tentando acertar as contas com o passado.

Trem-bala

Galã romântico nos anos 1990 e bad boy sexy na década de 2000, Pitt agora faz a linha tigrão irônico. Ele aprendeu a rir de si mesmo e viu que a masculinidade não é oposta à vulnerabilidade — nem precisa estar presa a padrões caducos: até usou saia na pré-­estreia do filme. O resultado dessa fase soltinha do astro vem se refletindo em papéis saborosos e num resgate notável da vala comum da cultura do cancelamento.

AREJADO - O ator de saia na pré-estreia: questionamento sobre padrões da masculinidade -
AREJADO - O ator de saia na pré-estreia: questionamento sobre padrões da masculinidade – (Sebastian Reuter/Getty Images)

Como Joaninha, Pitt quer ser um homem melhor — único caminho possível para sua redenção após os escândalos de 2016. Naquele ano, uma briga em família numa viagem em um jato particular culminou no divórcio com Angelina Jolie. A atriz o acusou de beber demais e de ter agredido o filho mais velho da prole de seis adolescentes. Uma investigação policial liberou Pitt da acusação. O divórcio litigioso, porém, não chegou ao fim: uma vinícola de 160 milhões de dólares na França ainda causa atrito entre os dois.

Continua após a publicidade

Three Assassins: A Novel

Para sair do mar de fofocas, Pitt escolheu a honestidade. A começar pelo modo de tratar dos vícios. O ator revelou que desde a faculdade não se lembrava de um único dia em que não estivesse sob efeito do álcool ou da maconha. O incidente no avião o levou a buscar ajuda. Para exorcizar seus demônios, Pitt fez terapia e entrou para os Alcoólicos Anônimos. Ele notou em si uma repetição do comportamento de seu pai e da comunidade pobre e conservadora onde cresceu, no estado do Missouri.

ELENCO ESTRELADO - Joey King no filme: a vilã atazana o personagem de Pitt -
ELENCO ESTRELADO - Joey King no filme: a vilã atazana o personagem de Pitt – (Scott Garfield/Sony Picture/.)

A sinceridade do ator envergonhou os críticos que questionavam se ele era bom pai ou bom marido. Pitt, então, deu sua tacada mais certeira: provou de vez que é um ótimo ator. O divórcio saiu das manchetes para dar espaço aos elogios a Era Uma Vez em… Hollywood, tragicomédia de Quentin Tarantino que garantiu a Pitt seu primeiro Oscar por atuação, como coadjuvante, em 2020. Seus agradecimentos em vários prêmios (e foram muitos) conquistaram as redes pelo tom sincerão. “Preciso adicionar isso ao meu perfil do Tinder”, disse ao levar o SAG Awards.

Continua após a publicidade

Pitt poderia se gabar de outros feitos. Pouco vocal em assuntos políticos se comparado a colegas como Leonardo DiCaprio, ele soma doações milionárias para causas sociais e ainda se destaca na luta antirracista. Sua produtora vem viabilizando filmes e séries feitos com atores e diretores negros, entre eles os aclamados Selma, Moonlight e 12 Anos de Escravidão — este lhe garantiu um Oscar de melhor filme como produtor. Na frente das câmeras, Pitt agora prefere papéis despretensiosos. Trem-Bala é um exemplo palpitante. Com lutas que transbordam testosterona, humor sagaz, elenco estrelado e uma intimidante vilã juvenil vivida por Joey King, a adaptação do livro do japonês Kotaro Isaka é entretenimento puro. Brad Pitt se diverte, e a gente idem.

Publicado em VEJA de 10 de agosto de 2022, edição nº 2801

CLIQUE NAS IMAGENS ABAIXO PARA COMPRAR

‘Trem-Bala’ consagra um Brad Pitt soltinho na tela – e fora dela‘Trem-Bala’ consagra um Brad Pitt soltinho na tela – e fora dela
Trem-bala
‘Trem-Bala’ consagra um Brad Pitt soltinho na tela – e fora dela‘Trem-Bala’ consagra um Brad Pitt soltinho na tela – e fora dela
Three Assassins: A Novel
logo-veja-amazon-loja

*A Editora Abril tem uma parceria com a Amazon, em que recebe uma porcentagem das vendas feitas por meio de seus sites. Isso não altera, de forma alguma, a avaliação realizada pela VEJA sobre os produtos ou serviços em questão, os quais os preços e estoque referem-se ao momento da publicação deste conteúdo.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.