1.
Também no Bailinho, evento dominical do verão carioca, no Museu de Arte Moderna, cujo ápice é a música “Singing in the rain” dançada com sombrinhas sob chuva de papel picado cintilante, o mestre de cerimônias, mui descolado, soltou no microfone a piadinha da moda entre militantes do PSOL: “Eu tenho ligação com Freixo”.
A estratégia psolista, repetida no Bailinho do MAM, da internet e dos humoristas nos jornais, é debochar genericamente de indícios comprometedores para o deputado, com o propósito de diluir em acusações levianas qualquer prova que soe mais grave – como a da aliança do PSOL com os Black Blocs na greve dos professores do Rio e no movimento Ocupa Câmara -, infundindo nos otários o medo do ridículo e desviando as atenções deles da moral “Black Bloc” do partido, vexaminosa por si só. [Ver meus artigos sobre o tema – aqui, aqui e aqui].
Para a juventude festiva do Rio de Janeiro, talvez cole. Contra a chuva de panfletos, a esquerda não distribui sombrinha intelectual.
PS: A fotógrafa do Bailinho desde 2007 é Paula Vândala Profissisonal Kossatz, aquela ativista que andou aparecendo na folha de pagamento do grupo de Elisa Quadros, a famigerada Sininho, na internet. O Facebook, segundo ela, não a deixa mais usar o nome de guerra.
2.
No Brasil, dizer que 2 + 2 = 4 é demonizar o 2 e criminalizar o 4.
Legenda:
2 sem máscara = PSOL
2 com máscara = Black Bloc
4 = Greve dos professores, Ocupa Câmara, “manifestações” etc.
3.
Do leitor Mauro Gil, no Twitter, após meu último post:
O PSOL É O MADURO “VERDE”! A VENEZUELA É O PSOL MADURO!
4.
Recordar é viver:
“Isso de querer criminalizar exatamente o que é crime ainda vai nos levar além.”
(Felipe “Leminski” Moura Brasil)
5.
Quando a canalhice militante e o analfabetismo funcional atingem níveis estratosféricos, a montagem ilustrativa da matéria de uma revista – assinalada como tal no canto da página – é acusada de ser – imagine – uma montagem! Que coisa, não?
É como se a revista quisesse fazer o leitor acreditar, através de uma fraude de photoshop, que, no meio de uma guerra, enquanto todos os seus supostos parceiros vestiam máscaras contra gás lacrimogênio, a mocinha do primeiro plano desfilava de cara limpa em sentido contrário, como uma poderosa chefona imune ao caos. Daqui a pouco, a revista terá de escrever até que “as manchetes e legendas não fazem parte da foto original, ok?” Em letras garrafais, é claro. Senão a canalhada que acusa os outros da manipulação que faz solta meme no Facebook, para delírio da massa analfabeta.
PS 1: DataMouraBrasil informa: 99,9% do ódio devotado à revista VEJA deriva de denúncias tão fundamentadas quanto esta. O outro 0,1% é o dos conservadores que julgam que ela não é reaça o bastante.
PS 2: Há toda uma geração na internet que não apenas não lê livros, mas que também já desconhece as práticas comuns de qualquer revista.
6.
Esquerdista, em geral, não é incoerente. É cínico.
7.
Consegui um feito inédito:
Deixei o celular cair na privada. Acho que ele quis mergulhar de vez na obra esquerdista.
8.
Quando uma operadora de telemarketing fala que “vai estar retornando a ligação”, eu penso em todas as crônicas, esquetes e piadas que já educaram as pessoas contra o gerundismo – e concluo que a operadora, para insistir naquilo, então vive em um mundo à parte, absolutamente alheia a tudo que dela já foi dito. O esquerdista é como uma operadora de telemarketing gerundista. Vive em um mundo à parte, alheio a todas as milhares de obras que já educaram a humanidade sã contra os engodos do esquerdismo, e “vai estar bloqueando a mente” para se manter na ignorância.
9.
“De bom grado venho imitando esse descaso que se vê em nossa juventude, no porte de suas vestimentas: o manto de banda, o capote em um ombro, uma meia mal esticada, o que manifesta uma altivez desdenhosa desses ornamentos estrangeiros e despreocupada de artifícios. Mas acho-a ainda mais bem empregada na forma do falar. Toda afetação, sobretudo na jovialidade e liberdade francesas, cai mal para o cortesão. E numa monarquia todo fidalgo deve ser educado à maneira de um cortesão. Por isso fazemos bem em desviar-nos um pouco para o natural e o despretensioso.”
MICHEL DE MONTAIGNE, “Os Ensaios – Livro I”, texto final do ano de 1588, Ed. Martins Fontes, p. 257.
Hoje, no Rio de Janeiro, a juventude se divide entre gente embonecada e alternativa, caricata nos dois extremos. A simplicidade tão tradicionalmente carioca, “um pouco para o natural e o despretensioso”, como recomendava Montaigne, sumiu nos estereótipos voluntários das tribos moderninhas.
10.
Divirto-me com militantes, idiotas úteis e analfabetos funcionais que vêm comentar meus posts com frases como “Perdeu meu like” e “Esta revista acaba de me perder como leitora”, todas elas variantes internéticas do “Não sou mais seu amigo” mirim.
Parasitinhas queridos: se é por falta de adeus, PT saudações…
Felipe Moura Brasil – https://www.veja.com/felipemourabrasil
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