Base de governos alinhados à esquerda e/ou à direita, o PSB é hoje o principal alvo de assédio de partidos ávidos por ampliar suas bancadas no Legislativo nas eleições do ano que vem. A sigla tem hoje três governadores (Pernambuco, Distrito Federal e Paraíba), seis cadeiras no Senado e 36 deputados federais — que votaram divididos, por exemplo, na denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer. Por mais que o presidente do partido, Carlos Siqueira, se esforce para manter a sigla no campo da esquerda, a dissidência só cresce, o que faz dos potenciais candidatos alvos de DEM, PT, PMDB e PSDB.
No evento de 70 anos da legenda, na semana passada, Siqueira discursou que o PSB mantém unidade e coerência com seus princípios históricos — leia-se, as bandeiras do socialismo. O comportamento recente dos seus filiados, contudo, lança dúvidas: o PSB já teve ministérios em governos petistas, mas apoiou o impeachment de Dilma Rousseff; tem um ministério robusto (Minas e Energia) na gestão Temer, mas recomenda voto contra as principais reformas; e administra cidades e até o principal estado do país — Márcio França é vice de Geraldo Alckmin — ao lado do PSDB.
Depois da tragédia aérea que matou Eduardo Campos, em 2014, o PSB não tem um líder. E isso pode custar a desidratação da sigla nas urnas em 2018.