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Brasileiros pagariam mais em passagem aérea para compensar CO2

Até 2050, o setor da aviação civil deverá produzir um quinto das emissões globais de gás carbono

Por Jennifer Ann Thomas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 21 Maio 2019, 16h21 - Publicado em 21 Maio 2019, 15h43
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  • No primeiro trimestre deste ano, a demanda por voos domésticos cresceu 4,3%, em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo informações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). No mercado mundial, 2016 registrou 3.8 bilhões de passageiros e, de acordo com a Associação Internacional de Transporte Aéreo, organização global com sede no Canadá, a previsão é que o número chegue a 7.2 bilhões até 2035.

    O aumento da demanda reflete o crescimento da população global e os preços de passagens aéreas mais acessíveis. De acordo com o Grupo de Ação de Transporte Aéreo, associação suíça sem fins lucrativos, a indústria da aviação produz 2% de todas as emissões de CO2.  Especificamente com relação ao setor de transportes, a aviação civil corresponde a 12% da poluição, sendo que os meios rodoviários sozinhos somam 74%.

    Com a tendência em vista, a agência IDEIA Big Data fez uma pesquisa para a rede de organizações brasileiras Aliança REDD+. A rede trabalha para atrair novos investimentos para combater o desmatamento ilegal e gerar recursos para o governo e comunidades. Nos dez primeiros dias de abril, foram entrevistados 800 passageiros de voos internacionais. A maioria respondeu que está disposta a pagar um pouco mais na tarifa se o valor for usado para compensar o lançamento de CO2 na atmosfera causado pela viagem.

    Alguns números do estudo:

    A Aliança REDD+ é formada por diversas instituições, como BVRio (Bolsa de Valores Ambientais do Rio de Janeiro), Biofílica Investimentos Ambientais, Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Instituto Centro de Vida (ICV), Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam) e Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

    No fim de 2018, a Anac divulgou a informação de que iria monitorar e verificar “o volume anual de emissões de dióxido de carbono (CO2) proveniente do transporte aéreo internacional dos operadores aéreos brasileiros para envio dos dados à Organização da Aviação Civil Internacional (OACI)” a partir deste ano. Ainda de acordo com a agência, “o país começa a preparar o caminho para adoção do Mecanismo de Redução e Compensação das Emissões de Carbono da Aviação Internacional (Corsia), que tem a finalidade ambiental de garantir a neutralização das emissões de CO2 na aviação internacional a partir de 2020”. 

    De acordo com o gerente de Mudanças Climáticas do Idesam, Pedro Soares, “se a aviação civil internacional fosse um país, já estaria entre os dez maiores emissores do planeta. É urgente atacar essa questão de forma imediata”.

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