Deputados apresentaram requerimentos à CPI de Brumadinho, no dia 28 de maio, para investigar as evacuações que foram feitas em 8 de fevereiro, duas semanas depois do desastre em Brumadinho, que vitimou 270 pessoas. As comunidades de Socorro, Piteiras, Tabuleiro e Vila do Gongo, na região de Barão de Cocais, município mineiro a 90 quilômetros de Belo Horizonte, capital do estado, foram retiradas de suas casas por causa do risco iminente de rompimento da Barragem Sul Superior da mina de Gongo Soco.
Em um deles, o pedido “requer à Comissão Parlamentar de Inquérito que seja enviado à Agência Nacional da Mineração requisição de informações e documentos atinentes ao potencial minerário da região coberta pela lama após o rompimento da Barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho/MG, e demais estudos sobre potencial minerário que por ventura tenham sido solicitados e realizados pela Vale S.A. ou outra empresa de mineração nos municípios de Nova Lima, em especial no distrito de São Sebastião das Águas Claras, e Barão de Cocais”.
Presidente da CPI, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) afirmou que “há evidências e relatos de moradores de que há anos a Vale tenta adquirir os terrenos hoje evacuados, principalmente na região do Povoado de Socorro, porque as áreas teriam grande potencial para mineração. A CPI quer investigar todas as possibilidades”.
A Vale se posicionou por meio de uma nota:
“Vale refuta especulações e explica medidas adotadas em Brumadinho e Barão de Cocais
A Vale afirma que jamais realizará atividades de exploração minerária nas áreas atingidas pelo rompimento da barragem 1 da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, e na área abrangida pela Zona de Autossalvamento (ZAS) da barragem Sul Superior, da Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais, em Minas Gerais.
Em Brumadinho, o objetivo da Vale é definir a destinação da área atingida pelo rompimento conjuntamente com autoridades e moradores da região, podendo criar um corredor ecológico, dentre outras iniciativas, como parte das ações de reparação.
Em relação a Barão de Cocais, a Vale reafirma que a evacuação preventiva na ZAS foi realizada após a elevação do nível de alerta na Barragem Sul Superior, cumprindo o protocolo previsto no Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração (PAEBM) da estrutura em alinhamento com o Poder Público. A evacuação está relacionada exclusivamente às condições de segurança da barragem.
A Vale informa ainda que a Mina de Gongo Soco está inativa desde 2016 e que a empresa não protocolou pedido na ANM para ampliação da exploração de minério na mina desde então.
A empresa refuta, portanto, qualquer especulação de que estaria promovendo a retirada de moradores ou transferência de imóveis dessas duas regiões com base em interesses econômicos. A Vale ressalta que está adotando todas as medidas preventivas de segurança em conjunto com as autoridades.”.