Um estudo publicado nesta semana na revista científica Frontiers in Ecology and the Environment, feito por pesquisadores da Universidade de Princeton e do site de notícias Mongabay.com, ambos dos Estados Unidos, revelou uma tendência registrada nos dados de buscas no Google sobre assuntos relacionados à conservação ambiental.
Os ecólogos Zuzana Burivalova e David Wilcove, da Universidade de Princeton, e o economista e fundador do Mongabay.com, Rhett Butler, assinaram a nova pesquisa. Foram analisadas as pesquisas entre 2004 e 2017.
A motivação para investigar as informações com o Google Trends, ferramenta que analisa as pesquisas feitas na plataforma de buscas, foi a crença entre alguns conservacionistas de que a sociedade estaria saturada com campanhas, petições e protestos e perdendo o interesse pela conservação ambiental. Além disso, temas como aquecimento global e mudanças climáticas teriam desviado o foco de outras causas mais específicas, como a defesa de espécies em extinção ou a recuperação de biomas ameaçados, apesar de estarem interligadas.
De modo geral, os pesquisadores perceberam que o número de buscas no Google por tópicos relacionados à conservação ambiental está aumentando. Eles defendem que o crescimento pode estar atrelado a alguns fatores, como: o aumento de cursos universitários dentro dessa área, novos ambientalistas que usam a internet para encontrar informações, além de um interesse geral da sociedade por assuntos sobre o meio ambiente. Apesar de não existir uma prova que correlacione o público leigo à sustentabilidade, os dados também batem com o crescimento global de doações individuais às duas maiores ONGs ambientalistas, a TNC e a WWF, nos últimos cinco anos.
Junto aos termos “conservação” e “biodiversidade”, os pesquisadores também incluíram associações como “proteção ambiental”, “ecoturismo” e “parques nacionais”, entre outras.
Além disso, a média de buscas por mês é similar à de outras causas sociais: foram 110 000 pesquisas sobre conservação, 165 000 por assuntos sobre pobreza e 74 000 sobre subnutrição.
Em uma nota oficial da Universidade de Princeton, Zuzana afirmou: “é claro que entendemos que o simples interesse não se traduz, necessariamente, em apoio. Acadêmicos e ambientalistas precisam continuar a explorar novas formas de comunicar pesquisas científicas, em colaborações com educadores, jornalistas, contadores de histórias, entre outros”.