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Exterminador do Futuro: Gênesis

Sim, ele voltou Mais lidasCinemacríticaFilmeIsabela BoscovResenha

Por Isabela Boscov Atualizado em 11 jan 2017, 16h00 - Publicado em 8 jul 2015, 15h32
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    Sim, ele voltou

    Em Exterminador do Futuro: Gênesis, Schwarzenegger prova que, no papel do robô T-800, vale tudo o que pesa.

    Não fosse O Exterminador do Futuro uma produção tão barata, com a qual ninguém tinha muito a perder, e James Cameron jamais teria conseguido emplacar a ideia esdrúxula de entregar o papel central dela a um sujeito meio folclórico, um fisiculturista que em Conan, o Bárbaro impressionara tanto pela fartura de músculos como pela escassez de talento dramático.
    Com seu jeito todo duro de atuar (não que a palavra realmente se aplicasse àquilo que ele fazia diante da câmera), Arnold Schwarzenegger dava novos sentidos ao seu apelido, “O Carvalho Austríaco”. Era 1983, e ninguém sabia ainda do que James Cameron era capaz – só ele próprio. Cameron tinha tanta certeza de que Schwarzenegger era o ator de que precisava para interpretar seu robô assassino vindo do futuro que esperou vários meses para começar a filmagem, enquanto ele rodava Conan, o Destruidor. Assim nascem as lendas: em outubro de 1984, quando chegou aos cinemas, O Exterminador do Futuro fez coisas que não se esperavam dele – arrasou na bilheteria, revolucionou o conceito de efeitos especiais. Fez mais ainda: abriu um rasgo gigantesco na cultura pop e invadiu seu vocabulário e seu imaginário. No centro de tudo isso estava aquela figura maciça, de andar rígido, que com seu sotaque teutônico e falta de inflexão implantou a frase “I’ll be back” no léxico mundial. Superastro daí em diante até a o final da década de 90, governador (ou “governator”, para rimar com “terminator”) da Califórnia de 2003 a 2011, Schwarzenegger, agora com 67 anos e um pouco menos sólido – mas ainda mais safo – do que em seu apogeu, prova novamente que, no papel do robô T-800, vale tudo o que pesa. É ele o eixo em torno do qual gira tudo aquilo que funciona em Exterminador do Futuro: Gênesis (Terminator Genisys, Estados Unidos, 2015), já em cartaz no país.

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    Gênesis sensatamente finge que o terceiro e o quarto episódios da franquia nunca existiram, e aproveita todo o possível do primeiro e segundo Exterminador (este, talvez o filme mais espetacular da carreira de Cameron). Tanto que, de início, é quase que uma recapitulação: em 29 de agosto de 1997, o chamado Dia do Julgamento Final, a rede de inteligência artificial Skynet vira uma entidade autônoma, dispara o arsenal nuclear do planeta e quase dizima a humanidade. Liderados pelo insurgente John Connor (aqui, Jason Clarke), os sobreviventes travam uma guerra de resistência que, em 2029, está a um passo de se decidir. Como última cartada, Connor manda seu braço-direito, Kyle Reese (Jai Courtney), de 2029 para 1984, para impedir que um exterminador mate sua mãe, Sarah Connor (Emilia Clarke, a Danaerys de Game of Thrones), antes que ela possa concebê-lo. Quando Reese desembarca em 1984, porém, nada se parece com aquilo que John Connor lhe relatou: algo mudou no passado ainda mais distante, e está-se agora em uma realidade alternativa. Sarah Connor não mais é uma garçonete apavorada; desde que um exterminador deixou-a órfã, aos 9 anos, ela vem sendo protegida e treinada por um modelo T-800 (Schwarzenegger, com aspecto quarentão) ao qual chama de Papi e a quem adora como um pai verdadeiro. Pior, a chegada de Reese está sendo aguardada por um T-1000, o letal modelo de metal líquido (interpretado com precisão de bailarino pelo astro coreano Byung-hun Lee) – e a Skynet, nesta bifurcação da realidade, está preparando meios ainda mais insidiosos de controlar o planeta; lá por 2017, a obsessão que ela criou na população mundial por se conectar tornará a dominação ainda mais fácil.

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    terminator genesis_mat1

    A inserção dessa nova data-chave no enredo significa que viaja-se muito no tempo em Gênesis. Na maior parte das vezes, com ótimo proveito: não só o filme abre um novo cenário e evita assim meramente retrabalhar os elementos dos dois filmes originais (embora haja “ovos de Páscoa” à vontade para os aficionados) como, na sua deliciosa versão velhusca de 2017, o outrora implacável Papi sofre de tremores eletrônicos nas mãos e de chagas no ego – “estou velho, mas não obsoleto”, insiste. Com a última dessas viagens, porém, a que traz um John Connor transformado em homem-máquina ao presente dos personagens, Gênesis começa a correr atrás da própria cauda. Mas não tropeça nela e termina de pé, bem mais do que se pode dizer das diversas continuações ou refeituras de Tubarão, Rambo, Alien e Robocop, as outras erupções da cultura pop desse período em que, à semelhança da Skynet, o blockbuster passou a dominar o mundo. Nenhuma delas, claro, tinha um carvalho assim tão imperturbável em que se amparar.

    Isabela Boscov
    Publicado originalmente na revista VEJA no dia 08/07/2015
    Republicado sob autorização de Abril Comunicações S.A
    © Abril Comunicações S.A., 2015

    Trailer


    EXTERMINADOR DO FUTURO: GÊNESIS
    (Terminator: Genisys)
    Estados Unidos, 2015
    Direção: Alan Taylor
    Com Arnold Schwarzenegger, Jason Clarke, Emilia Clarke, Jai Courtney, J.K. Simmons
    Distribuição: Paramount

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