Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99

Isabela Boscov

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Está sendo lançado, saiu faz tempo? É clássico, é curiosidade? Tanto faz: se passa em alguma tela, está valendo comentar. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Kong: A Ilha da Caveira

Atlético e atraente – mas com uma barriga...

Por Isabela Boscov 9 mar 2017, 16h53
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Adoro um bom filme de criatura – ou para ser mais técnica, um bom filme de kaiju (do japonês para “fera estranha”). Na verdade, gosto de ver até os filmes de criatura que não são tão bons assim: em 2014, aguentei pacientemente o casalzinho sem graça se procurando durante uma hora e meia de filme só pelo prazer de uns 15 ou 20 minutos na companhia de Godzilla. Até hoje, vibro com o lagartinho que vai virando lagartão e destrói o Coliseu em A Vinte Milhões de Léguas da Terra, uma joia que me matou de medo na infância, em uma reprise na TV. Amei Círculo de Fogo, de Guillermo del Toro, de ponta a ponta. E tinha grandes esperanças para Kong: A Ilha da Caveira. Tão grandes, aliás, que mesmo depois de ver o filme continuo alimentando-as: se alguém resolver voltar à ilha de edição e lançar não uma versão estendida, mas sim uma versão comprimida de Kong, que beleza vai ser. Está tudo lá: uma ótima sacada, roteiro decente para os termos do gênero, elenco que se desincumbe da missão, efeitos sensacionais – e também uma danada de uma barriga, lá no meio, que tira do filme o ritmo, a agilidade e muito do prazer.

    Kong: A Ilha da Caveira
    (Divulgação)

    É 1973, Richard Nixon está retirando as tropas americanas do Vietnã e soldados que não sabem o que fazer com a paz, como o Coronel Packard (Samuel L. Jackson), já estão com sede de sangue. É providencial, então, que dois cientistas malucos (John Goodman e Corey Hawkins) tenham conseguido apoio de um senador para investigar uma ilha do Pacífico Sul que é um dos únicos lugares ainda não explorados do planeta: sempre envolta em um sistema de tempestades, a Ilha da Caveira é virtualmente inacessível. Os cientistas precisam de escolta militar e um esquadrão de pilotos de helicópteros dispostos a tudo – ambas as coisas cortesia do Coronel Packard. Precisam de um rastreador – o ex-Forças Especiais britânicas James Conrad (Tom Hiddleston). E não precisam de uma fotógrafa, mas a correspondente de guerra Mason Weaver (Brie Larson) vai assim mesmo, porque está farejando um furo – e porque o diretor Jordan Vogt-Roberts precisa completar sua mistura de personagens tirados do Apocalypse Now de Francis Ford Coppola, a grande inspiração (e mote de muitas piadas e citações) deste Kong.

    Kong: A Ilha da Caveira
    (Divulgação)

    A ideia é excelente. Serve não só como conceito para reapresentar King Kong, mas também como matéria-prima para a criação visual: ao mesmo tempo em que se aproveita das imagens consagradas por Coppola – as revoadas de helicópteros subindo do meio da selva, a colônia primitiva instalada entre paliçadas, o veterano (John C. Reilly) que nunca pôde sair dali e ficou meio louco, o caminho de barco por um rio sinuoso, rumo ao coração das trevas –, Vogt-Roberts usa essas imagens como plataforma para as sequências de ação, quase todas espetaculares. E, aos poucos, vai fazendo a transição de Apocalypse Now para o filme clássico de kaiju. A luta final entre Kong e um lagartão? Estupenda, além de um ótimo gancho para o lançamento do MonsterVerse, uma parceria nipo-americana que vai ressuscitar outros grandes kaijus como Godzilla e Mothra. (Aviso: tem cena extra no final dos créditos.)

    Continua após a publicidade
    ‘Pam & Tommy’: um escândalo real com sexo, intrigas e videotape
    ()

    O que estraga muito da brincadeira é o segundo ato. Lento, inchado e desarrumado, ele é um vai-não-vai que não acaba nunca: o cansativo Coronel Packard, furioso por Kong ter matado tantos de seus homens, quer acabar com Kong. Nenhum outro membro da expedição quer que ele acabe com Kong; e fica-se nessa enrolação por tempo suficiente para primeiro, dispersar toda a excitação que o filme acumulara até ali e, segundo, deixar a plateia cansada a ponto de ela não conseguir se divertir com o ato final como poderia. É um erro parecido com o do Godzilla de 2014, o do casalzinho que fica se procurando. E é um erro bobo: quando é que o pessoal vai se dar conta de que quem vai ver filme de monstro quer monstro, e não gente discutindo a relação?


    Trailer

    KONG: A ILHA DA CAVEIRA
    (Kong: Skull Island)
    Estados Unidos, 2017
    Direção: Jordan Vogt-Roberts
    Com Tom Hiddleston, Brie Larson, Samuel L. Jackson, John Goodman, John C. Reilly, Toby Kebbell, Thomas Mann, Shea Wigham, Corey Hawkins, John Ortiz, Tian Jing
    Distribuição: Warner
    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.