Ruy Castro, jornalista e escritor, foi escolhido para receber o prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras. É pelo conjunto da obra.
Seus livros e crônicas, publicadas na Folha, têm efeito de um bálsamo.
Aos (e)leitores inquietos com o futuro, o ano eleitoral de 2022, é recomendável o mínimo de uma dose diária de Mau humor — uma antologia definitiva de frases venenosas (2002), disponível na rede. O efeito é imediato, uma das características dos livros de Castro.
Exemplos garimpados na letra “U”, subtítulo “Últimas palavras”:
Registro em seu diário na véspera do dia 14 de julho de 1789:
“Hoje não aconteceu nada.”
— Luís XVI
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Ao inventar o cinema, em 1895:
Esta invenção não tem o menor futuro.
— Louis Lumière
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Dirigente do Vasco ao lhe oferecerem um jovem jogador, em 1955:
Pelé? Quem é Pelé? Você está brincando comigo
— Antonio Soares Calçada
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Gerente de vendas de uma rede de lojas de discos em São Paulo, em 1958, pouco antes de quebrar o recém-lançado 78 rpm Chega de saudade, com João Gilberto:
Ouçam a merda que o Rio nos manda!
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Executivo da gravadora inglesa Decca, ao recusar o demo de um grupo chamado The Beatles, em 1962 :
Quartetos com guitarras já estão fora de moda.
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Previsão otimista da revista Popular Mechanics em 1949:
No futuro, os computadores não pesarão mais do que uma tonelada.