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Caso das joias muda o senso de urgência sobre alternativa a Bolsonaro

A questão de 2026 parecia distante, mas, para a direita, tudo mudou com as acusações criminais que fragilizam o ex-presidente já na campanha municipal

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 jul 2024, 14h28 - Publicado em 9 jul 2024, 08h00
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    Ilustração — (Amanda Péchy/VEJA)

    Procura-se um substituto para Jair Bolsonaro. A principal exigência é que tenha capacidade de unir as forças da direita. Embora evidente, o tema foi vedado e o debate interditado na reunião do fim de semana que bolsonaristas promoveram em Camboriú, Santa Catarina.

    “A gente tem de ser paciente na atribulação”, sugeriu o governador paulista Tarcísio de Freitas, eleito pelo Republicanos. Ele se apresenta relutante, mas é visto como o mais provável herdeiro.

    Fora dos limites estreitos da bolha bolsonarista, Tarcísio tem sido descrito como o político que, talvez, melhor se enquadraria no figurino da liderança da coalizão de direita para a disputa presidencial de 2026. Mas há outros na listagem.

    Um deles é Ronaldo Caiado, governador de Goiás, fundador do movimento ruralista e candidato a presidente derrotado na eleição de 1989 — ano em que Bolsonaro estreou na política como vereador no Rio. Caiado já está em campanha.

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    O problema dos bolsonaristas é o tempo. No domingo, 7,  a questão eleitoral de 2026 parecia ter a distância de uma eternidade política, algo como 27 meses adiante. Nas 24 horas seguintes, essa noção de tempo mudou, com o enquadramento policial de Bolsonaro em três crimes (peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro) no caso das joias das arábias.

    Era previsível e estava na conta de curto prazo do dono do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, que abriga Bolsonaro. Ocorre que os relógios da política e da Justiça operam de forma distinta e, para o político acusado e aliados, cada dia é uma agonia — Costa Neto amargou essa experiência no caso do Mensalão, quando foi condenado à prisão.

    Recebido o inquérito, o Supremo deu prazo de quinze dias à Procuradoria-Geral da República para resolver o que vai fazer com o caso, se arquiva ou denuncia Bolsonaro. Pelo rito judiciário, essa decisão pode ser adiada e acabar saindo até a véspera ou depois das eleições municipais.

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    Para os bolsonaristas, significa ver o chefe exposto e “sangrando” em praça pública. Ele é o principal cabo eleitoral do PL nessa temporada, mas, aonde for, sempre haverá o risco de um adversário se referir aos detalhes condensados pela polícia em 2.000 páginas sobre obscuras transações.

    Uma delas é a apropriação das joias das arábias, propriedade pública, para lucro pessoal com lavagem do dinheiro obtido na venda (1,2 milhão de dólares, ou 6,3 milhões de reais). Outra é a suspeita de uso dessa dinheirama no desvio de bens públicos para custeio de um passeio familiar na Flórida (EUA) com três meses de duração.

    Para um político, ser acusado de corrupção com joias no palanque é muito diferente de ser denunciado por conspiração contra o regime democrático — outro caso judicial que ele protagoniza. O efeito tende a ser politicamente radioativo numa disputa eleitoral.

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    Por isso, a noção de tempo mudou na procura de um substituto para Jair Bolsonaro. O inquérito policial deu, na segunda-feira, um sentido de urgência que não havia até domingo. Líderes de partidos aliados do antigo governo começaram a semana com a certeza de que precisam ajustar rapidamente o relógio da direita e da centro-direita, para que os ponteiros se unam indicando um possível candidato presidencial até novembro, quando a eleição municipal já estará no passado.

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