“Senhor Otávio Fakhoury, dinheiro não compra dignidade, dinheiro não compra caráter. Não pense que para mim é fácil falar isso aqui, me expor; não é fácil… O senhor diz o seguinte [em rede social]: “O delegado, homossexual assumido, talvez estivesse pensando no perfume de alguma pessoa ali daquele plenário… Quem seria o “perfumado” que lhe cativou?”. Eu fico me colocando no lugar dos seus filhos; isso vai ficar registrado aqui no Senado Federal ad infinitum. E o senhor não sabe como é difícil para mim expor a mim, a minha família e meus filhos aqui num momento tão delicado como esse, mas é necessário isso para que outros não sofram o que eu estou sofrendo, porque, se o senhor faz isso comigo, como senador da República, imagine num Brasil que mais mata a população LGBTQIA+. Então o mínimo que o senhor deveria fazer era pedir desculpas não só a mim, mas a toda a população LGBTQIA+; a toda a população. O senhor nunca me viu, o senhor nunca conheceu minha família, o senhor não conhece meus filhos, nada lhe dá direito de fazer o que o senhor fez, porque essa dor é incomensurável. Não tem dinheiro que pague isso.”
(Fabiano Contarato, senador do Partido Rede do Espírito Santo, ao confrontar o empresário Otávio Fakhoury, financiador de propaganda bolsonarista antivacina, ontem na CPI da Pandemia)