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José Casado

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Informação e análise

Grandes novidades na reunião eleitoral do PT de Lula

Depois de 17 meses de campanha e de 346 dias do terceiro governo, o PT fez uma opção preferencial na lista das suas razões existenciais

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2024, 18h37 - Publicado em 12 dez 2023, 08h00

Depois da Conferência Eleitoral do PT, no fim de semana em Brasília, um dirigente do partido telefonou a um amigo. Antes que conseguisse dizer qualquer coisa, escutou a provocação:

— E aí, novidades?.

— Claro que sim — ele retrucou, salivando o habitual cinismo. — No PT nunca falta novidade

— Tá, e qual é?

— São duas. E das grandes.

— Conte tudo.

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– A primeira é a questão interna. O PT de Lula não gosta do governo do PT de Lula.

— Ah, mas isso é coisa antiga — disse o outro, rindo. — Você sabe, é assim desde 2003, ou melhor, desde a campanha de 2002. Que mais?

— Jair Bolsonaro.

— Como?

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— É isso mesmo: Bol-so-na-ro — repetiu com ênfase nas quatro sílabas. Até ensaiou a pronúncia do nome ao contrário (“Oranoslob”). Atropelou-se, desistiu e explicou:

— Na maior parte do tempo só se falou dele. Quase nem sobra tempo pro PT de Lula falar mal do governo do PT de Lula. Quem salvou foi o [Fernando] Haddad.

O ministro da Fazenda foi duramente criticado pela condução da política econômica, pelos acordos com o Centrão e por todos os pecados que, originalmente, seriam atribuíveis a Lula, reconhecido no PT como  verdadeiro ministro da Fazenda e negociador das alianças com partidos do Centrão. Porém, Lula no PT tem fama de infalível, então… sobrou Haddad.

Desligado o telefone, o amigo do dirigente petista deu-se por satisfeito com as explicações sobre a primeira “novidade”, a do PT de Lula não gostar do governo do PT de Lula. Mas continuou intrigado com a segunda, “Oranoslob” na tentativa trôpega de pronúncia reversa.

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Resolveu analisar duas peças relevantes da Conferência Eleitoral do PT: a proposta de resolução do grupo “Construindo um Novo Brasil”, hegemônico no partido, e o discurso da presidente Gleisi Hoffmann. Eis as principais conclusões:

1) O grupo produziu um documento político concedendo a “Oranoslob” quase tanta atenção quanto atribuiu a Lula.

Num texto com pouco mais de 1.800 palavras destacou o adversário — que está inelegível — com nada menos que sete citações nominais, e outras dez  indiretas (“ultraliberal”, “extrema-direita”, “governo anterior”).

Lula comanda o grupo “Construindo um Novo Brasil” há décadas. Dele, mereceu dez referências nominais, acompanhadas dos habituais elogios em profusão por liderar tudo, todos e todas sempre “com muito êxito”;

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2) Gleisi Hoffmann, presidente do partido e integrante dessa fração petista, usou 1.400 palavras. Nomeou Bolsonaro oito vezes, sem contar as citações indiretas. Reservou seis menções a Lula, sempre laudatórias à “sua capacidade de dirigir”.

Em resumo, depois de 17 meses de campanha eleitoral (contados desde a segunda-feira 8 de março de 2021, quando o STF tornou Lula elegível), e de 346 dias do terceiro governo, o PT fez uma opção preferencial: fixou “Oranoslob”, nascido Jair Messias Bolsonaro, no topo da lista das suas razões existenciais.

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