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José Casado

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Informação e análise

Lula cobra aliados que querem ser oposição sem sair do governo

O problema de Lula é como vencer uma eleição sem ter partidos do centro e da direita numa aliança para governar, que todos sabem, só vale até à posse

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 27 ago 2025, 08h00

Lula converteu uma reunião ministerial em ato típico de campanha eleitoral. Falou da participação na disputa presidencial do ano que vem, foi prolixo em autoelogios na administração e cobrou fidelidade eleitoral dos partidos que hoje integram o governo.

Nesta terça-feira (26/8), 39 ministros e assessores estiveram trancados por quase três horas numa sala de reuniões do Palácio do Planalto. Acompanharam, entre outras coisas, a apresentação de materiais de propaganda, como um novo slogan (“Brasil soberano”) para a publicidade governamental. Se deixaram fotografar usando peças de marketing como bonés azuis com inscrição (“O Brasil é dos brasileiros”) de contraponto publicitário aos ataques de Donald Trump ao país.

Lula se mostrou preocupado com a relutância dos partidos aliados, que integram o grupo parlamentar conhecido como Centrão. Falou sobre fidelidade e cobrou coerência. Lula se elegeu em 2022 a bordo de ampla aliança que, na prática, detonou logo no início do governo.

Partidos de centro e de direita estão no governo, ocupam uma dezena de ministérios e empresas estatais relevantes, como a Caixa Econômica, mas há tempos não votam com o governo no Congresso nem planejam participar de uma aliança eleitoral com Lula. Ao contrário. No bloco União Brasil-Progressistas, por exemplo, líderes falam abertamente em debandada do governo e campanha antiLula em 2026.

O problema desses líderes é a realidade. Em março de 2023, quando Lula ainda não completara três meses de mandato, o Partido Progressistas reuniu sua bancada de 55 parlamentares. Com a naturalidade de quem havia chefiado a Casa Civil de Jair Bolsonaro, o senador piauiense Ciro Nogueira sugeriu aos deputados e senadores que o PP assumisse a vanguarda da oposição ao governo petista.

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Nogueira estava propondo reescrever a história de um partido nascido da fusão de grupos da antiga Aliança Renovadora Nacional (Arena), esteio parlamentar da ditadura, e que neste século passou década e meia aliado a Lula e Dilma. Os laços com governos petistas renderam ao PP protagonismo em processos criminais do mensalão e da corrupção na Petrobras — nesse caso, com o maior número (18) de políticos investigados na Lava Jato.

Quando acabou de discursar, foi chamado a um grupo num canto do salão. Ouviu uma bem-humorada provocação no sotaque nordestino:
— Tá tudo muito bom, tudo muito bem, mas, ô Ciro, ensina aí pra gente como é ser oposição…

Ele rebateu com humor: — Vamos cobrar gritando: “Cadê a picanha?” — referência à promessa mais repetida por Lula na campanha de 2022 (“O povo vai voltar a comer um churrasquinho, uma picanha e tomar uma cervejinha.”).

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Foi quando Luiz Eduardo, o deputado “Lula” de 22 anos e quatro oligarquias pernambucanas no sobrenome (Queiroz Campos da Fonte Albuquerque), emendou: — É, tio, mas esse negócio de óculos Ray-Ban, sapato branco e oposição só fica bonito nos outros…

O dilema do Progressistas, do União Brasil e outros partidos do centro e da direita é o mesmo há 32 meses: como fazer oposição a Lula sem sair do governo. O problema de Lula é como sair vencedor de uma eleição sem ter partidos do centro e da direita numa aliança para governar, que todos sabem, só vale até à posse.

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