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Lula recorre a psicanalistas para renovação que não encontrou no PT

Primeiros movimentos na disputa pela Prefeitura de São Paulo estão indicando mudanças de rumo relevantes, com pitadas de ironia da história

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 Maio 2024, 16h51 - Publicado em 17 jan 2024, 08h00

Os primeiros movimentos na disputa pela Prefeitura de São Paulo estão indicando mudanças relevantes no rumo da política com pitadas de ironia da história.

Lula, por exemplo, fez uma opção preferencial por Guilherme Castro Boulos, do Partido Socialismo e Liberdade.

Boulos é psicanalista de formação, com mestrado em psiquiatria. Nasceu numa família de professores da Universidade de São Paulo dois anos depois da formação do PT no Colégio Sion, em Higienópolis, pérola do sistema educacional da elite paulistana. Ele estava no berço quando Lula disputou sua primeira eleição (o ex-sindicalista de São Bernardo levou 10% dos votos para o governo estadual, uma proeza.)

O Psol de Boulos surgiu em 2004 a partir de uma dissidência do PT. Os parlamentares que ajudaram a fundar o partido haviam sido expulsos por ordem de Lula, executada com firmeza pelo então chefe da Casa Civil José Dirceu. Na versão oficial, discordaram da reforma da Previdência Social. Na vida real, não concordavam com a política de cooptação à direita, que resultou no caso Mensalão em 2005.

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Para vice de Boulos, Lula optou pela ex-prefeita paulistana Marta Teresa Smith de Vasconcellos Suplicy, que também é psicanalista de formação e tem a mesma idade de Lula, 78 anos. Sua biografia é notável desde a origem, resumida na descendência de famílias quatrocentonas e de bandeirantes paulistas.

É caso raro de mulher com atestado público de vítima do “obscurantismo” que, em 1982, impediu “a livre discussão de problemas fundamentais” da população, como diz o comunicado da Rede Globo sobre a suspensão do seu programa de televisão onde defendia os direitos civis de mulheres e minorias.

Marta hesitou por quase um ano à filiação ao recém-criado PT. E gastou outros treze para aceitar a candidatura a deputado federal. Foi a quarta mais votada na bancada petista e, em 1998, disputou com Paulo Maluf e Mario Covas o governo de São Paulo (saiu em terceiro lugar, com 22,5% dos votos). Na virada do milênio elegeu-se prefeita paulistana (58,5% dos votos).

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Em todas as disputas eleitorais obteve grande votação nas áreas pobres de São Paulo, sempre sob forte oposição da ala católica do PT e aliados por sua militância feminista, em defesa do direito ao aborto e ao casamento entre homossexuais.

Era senadora, em 2015, quando disse adeus ao PT numa carta duramente crítica aos casos de corrupção na Petrobras desvelados na Operação Lava Jato, que, depois, revelou financiamentos às suas campanhas pela empreiteira Odebrecht e o frigorífico JBS. Reafirmou o rompimento partidário ao votar pelo impeachment de Dilma Rousseff — “não é golpe”, argumentou —, o que a transformou numa espécie de persona non grata dentro do PT.

Lula viu na parceria dos psicanalistas Boulos e Marta a chance de renovação política que, aparentemente, não encontrou dentro do Partido dos Trabalhadores, 44 anos depois da fundação.

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