Namorados: Assine Digital Completo por 5,99
Imagem Blog

José Casado

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Informação e análise

Negócio novo e lucrativo na seca: tapar buracos

Em plena seca e pandemia, o país continua a jogar fora um volume de água tratada suficiente para abastecer um terço da população durante um ano.

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 13h41 - Publicado em 5 jun 2021, 09h00

É a maior seca em noventa anos na metade do país onde vivem dois em cada três brasileiros.

Começou há seis anos e persiste. Quase não choveu no último verão e não se prevê recuperação pelo menos até outubro, quando termina o período seco típico do outono-inverno.

Cidades do Sudeste receberam 400 milímetros de chuva a menos do que o normal nos últimos cinco meses, em meio a uma devastadora epidemia que impõe o uso de água como insumo básico da proteção sanitária.

Usinas hidrelétricas devem começar novembro com oito represas praticamente vazias.

Vinte anos depois de uma grande crise energética, a possibilidade de racionamento de eletricidade voltou às mesas de planejamento das maiores empresas privadas.

Continua após a publicidade

O verbo “racionar”, porém, não estará no léxico do governo pelo menos neste ano, indica o Ministério das Minas e Energia. O abastecimento de 2021 “está garantido”, confirma o Operador Nacional do Sistema Elétrico.

Numa perversa ironia, em plena seca e pandemia, o país continua a jogar fora um volume de água tratada suficiente para abastecer um terço da população (63 milhões de pessoas) durante um ano.

Nas cem maiores cidades, quase 40% de toda água potável captada não chega às residências. É um desperdício anual equivalente a sete vezes a capacidade de armazenamento das seis represas do Sistema Cantareira, que atende a nove milhões de pessoas na cidade de São Paulo e dez municípios da região metropolitana.

Continua após a publicidade

Desse volume de água captada, tratada e não aproveitada, a maior parte (60%) tem origem em vazamentos na rede nacional de distribuição — informa estudo do Instituto Trata Brasil, da Associação Brasileira dos Fabricantes de Materiais para Saneamento e da consultoria GO Associados, divulgado pelo portal Plurale, especializado em meio ambiente.

No documento demonstram que, na seca ou na chuva, joga-se muito dinheiro fora ao se tolerar o desperdício desse volume de água potável.

Uma redução mínima (de 25%) nos vazamentos existentes em encanamentos das redes urbanas possibilitaria um ganho líquido de R$ 27 bilhões num período de quinze anos. Só depende de investimentos das empresas estatais e privadas de saneamento.

Se há uma boa notícia nessa longa seca, é a confirmação do Brasil como um grande, inexplorado e lucrativo mercado de tapa-buracos.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês*
ESPECIAL NAMORADOS

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada edição sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.