“Fui eleito pelo voto de 396 deputados e deputadas e destituído por um e atendendo a uma ordem do presidente da República, dada numa ‘live’ (…) [Não foi] uma decisão regimental ou jurídica; foi decisão política, e uma decisão política perigosa, porque atenta contra a liberdade e a autonomia deste Poder. Quando o Executivo ataca a democracia, é perigoso. Quando o Legislativo se consorcia com o Executivo para atacá-la, é mortal (…) A cadeira de vice-presidente da Câmara é giratória, assim como todas as outras da Mesa [Diretora], mas tudo tem um ponto de referência, uma escolha, uma decisão sobre certo e errado. Tudo resolvido! O presidente [Arthur Lira] fica com a cadeira de vice da Câmara, e eu fico com a minha consciência.”
(Marcelo Ramos, deputado pelo PSD do Amazonas, destituído da vice-presidência da Câmara por Arthur Lira, presidente, a pedido de Jair Bolsonaro e aliados. Lira negou “ingerências de qualquer outro Poder”. Disse que apenas cumpriu o regimento interno, respaldado pelo Judiciário. Lembrou que 125 deputados mudaram de partido, como Ramos que migrou do PL para o PSD. Desses, 32 perderam cargos de presidente e de vice em comissões da Câmara, segundo Lira, “de maneira silenciosa, respeitosa, sem nenhum tipo de achincalhe”.)