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Informação e análise

Rússia propõe ao Brasil usar Pix para driblar sanções dos EUA e da Europa

Moscou promete fertilizantes, mas pressiona Brasil por alternativas de pagamento. No Senado, embaixador russo diz que o Pix "pode ser utilizado"

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 abr 2022, 09h22 - Publicado em 6 abr 2022, 08h00

O governo da Rússia propôs ao Brasil mudar a estrutura do comércio entre os dois países, para driblar as sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos e a União Europeia por causa da invasão da Ucrânia. Há conversas mas, aparentemente, ainda não se avançou para o estágio de negociações diplomáticas.

Um dos efeitos curiosos das sanções é a autocrítica de funcionários brasileiros e russos sobre o tempo perdido nas relações econômicas entre os dois países.

Há uma década e meia, por exemplo, o Brasil destinava uma fatia de 2,5% das suas exportações totais para o mercado da Rússia. No ano passado, não chegaram a 0,6%.

Nesse período, as vendas externas totais de produtos brasileiros mais que duplicaram — passaram de US$ 137 bilhões em 2006 para US$ 280 bilhões no ano passado.

Todo o comércio com a Rússia, no ano passado, não somou US$ 7,4 bilhões, a maior parte (US$ 5,6 bilhões) em importações de fertilizantes.

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No mapa-múndi do comércio brasileiro, o mercado russo ocupa um remoto 36º lugar. É treze vezes menor que a China (US$ 90 bilhões no ano passado).

Existe, porém, uma forte interdependência — do Brasil por fertilizantes russos e da Rússia por produtos agrícolas brasileiros.

A guerra de Vladimir Putin realçou a insegurança alimentar em ambos os países, pela escassez de insumos para lavouras brasileiras e pela falta de produtos agroindustriais no mercado russo.

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A Rússia pressiona o Brasil para adoção de meios alternativos às sanções econômicas. Alexey Kazimirovitch Labetskiy, embaixador russo, chegou a mencionar a proposta em audiência ontem na Comissão de Relações Exteriores do Senado.

“Confirmamos nosso interesse de continuar fornecendo os fertilizantes”, disse, acrescentando: “Efetivamente, na situação atual, com as sanções ilegítimas contra o nosso país, nós estamos abertos para trabalhar e criar os novos procedimentos necessários para logística, que é muito importante, e os novos procedimentos para o pagamento dos fertilizantes e dos produtos agrícolas brasileiros que são fornecidos para a Rússia.”

Estados Unidos e União Europeia confiscaram metade (US$ 330 bilhões) das reservas internacionais da Rússia e deixaram o país aleijado no comércio exterior ao suspender bancos russos do sistema internacional de mensagens financeiras (SWIFT). Eles perderam a capacidade de intermediar negócios em exportações e importações.

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No Senado, Labetskiy o desejo de Moscou já apresentado à diplomacia brasileira: criar um sistema bilateral de transferências financeiras para exportações e importações. Os russos acham que o Brasil possui um mecanismo ideal de pagamentos instantâneos: o Pix, criado pelo Banco Central para viabilizar transferências eletrônicas de qualquer valor entre pessoas físicas, empresas e governo.

“Em 2014”, lembrou o embaixador Labetskiy, “quando foram empreendidas as primeiras sanções contra nós, começamos a pensar em criar um sistema paralelo (ao SWIFT) para garantir as transferências no sistema bancário russo. Esse sistema foi criado e dentro do país não temos problema nas transferências entre os bancos russos. Quanto aos bancos estrangeiros, efetivamente só alguns aderiam a esse sistema.”

Completou: “Estamos pensando em alargar a possibilidade de transferências financeiras com países estrangeiros utilizando as divisas nacionais e os sistemas nacionais. O Brasil tem o seu sistema nacional, o Pix, que pode ser utilizado para os pagamentos diretos”.

No governo brasileiro há interesse por causa de uma previsível insegurança alimentar no país e na elevação dos preços das commodities agroindustriais, a partir do segundo semestre, efeitos colaterais da guerra de Putin na Ucrânia. Como driblar sanções econômicas é operação de alto risco, acham mais prudente tentar combinar o jogo com os EUA e a União Europeia.

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