“A história humana, como um rio, continua avançando com momentos de águas calmas e ondas enormes. Apesar das mudanças em um ambiente global em evolução, a tendência histórica de abertura e desenvolvimento não inverterá o curso, e nosso desejo compartilhado de enfrentar desafios juntos através da cooperação permanecerá mais forte do que nunca (…) As tragédias do passado nos dizem que hegemonia, política de grupo e confronto de bloco não trazem paz ou segurança; eles só levam a guerras e conflitos. A fé cega na chamada “posição de força” tentativas de expandir alianças militares e buscar sua própria segurança às custas de outros só vai acabar em um dilema de segurança (…) Devemos rejeitar os jogos de soma zero e nos opor, conjuntamente, ao hegemonismo e à política de poder. Devemos construir um novo tipo de relações internacionais com base no respeito mútuo, equidade, justiça e cooperação ‘ganha-ganha’ (…) Hoje, o processo de desenvolvimento global enfrenta grandes obstáculos. Quase 1,2 bilhão de pessoas em quase 70 países estão confrontados com a Covid-19, crises de alimentos, energia e dívidas. O que foi alcançado em décadas de esforços globais de redução da pobreza pode ser perdido. Atualmente, algumas cadeias industriais e de suprimentos importantes estão sofrendo interrupções deliberadas, os preços das commodities permanecem altos e flutuantes, a inflação global continua subindo, o mercado financeiro internacional está em turbulência e a recuperação econômica global está perdendo vapor. As pessoas têm motivos para se preocupar que a economia mundial deslize para uma crise (…) Os principais países desenvolvidos devem adotar políticas econômicas responsáveis e evitar repercussões de políticas negativas que podem prejudicar muito os países em desenvolvimento. Está provado, repetidamente, que as sanções [econômicas] são um bumerangue e uma faca de dois gumes. Politizar a economia global e transformá-la em sua ferramenta ou arma e impor intencionalmente sanções usando sua posição primária nos sistemas financeiros e monetários internacionais só acabará prejudicando os próprios interesses e os dos outros e infligindo sofrimento a todos (…) A globalização econômica enfrenta ventos contrários e contracorrentes. Há uma preocupação generalizada na comunidade internacional de que, se essa tendência continuar, a economia global se tornará compartimentada e mutuamente exclusiva. A globalização econômica é uma resposta ao desenvolvimento da produtividade e, como tal, representa uma tendência histórica irrefreável. Qualquer um que tentar voltar a roda da história e bloquear o caminho dos outros só terá o seu próprio caminho bloqueado. Devemos permanecer comprometidos com a abertura e a inclusão, eliminar todas as barreiras ao desenvolvimento da produtividade e orientar globalização na direção certa. Isso impulsionará o livre fluxo de capital e tecnologia, liberará todo o potencial de inovação e criatividade e promoverá sinergia para impulsionar o crescimento econômico global. Devemos defender o sistema de comércio multilateral centrado na OMC, remover as barreiras ao comércio, investimento e tecnologia, e manter a economia global aberta. Devemos promover amplas consultas e contribuições conjuntas para oferecer benefícios compartilhados, aprimorar a governança econômica global e aumentar a representação e a opinião de mercados emergentes e países em desenvolvimento.”
(Xi Jinping, presidente da China.)