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Em meio às ondas de calor, cuide do seu coração

Cardiologista alerta para desidratação e outros reveses das altas temperaturas que podem afetar a saúde cardiovascular

Por Heron Rached*
Atualizado em 9 Maio 2024, 18h24 - Publicado em 19 dez 2023, 13h54

Nosso planeta está enfrentando um aumento acelerado nos termômetros. Nos próximos cinco anos, estima-se que a população conviverá com temperaturas médias de até 1.8 ºC acima do que testemunhamos durante o mês de julho de 2023, registrado como o mais quente no Brasil desde 1961, início dos registros oficiais pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

A revista científica The Lancet, uma das mais respeitadas do mundo, alerta que o calor excessivo já é responsável por aproximadamente 70.000 mortes no continente europeu. Entretanto, é importante considerar que esse número pode estar subestimado. Como médico cardiologista, é crucial destacar que o calor extremo não apenas afeta as condições gerais, mas também representa um desafio significativo para a saúde cardiovascular.

Em situações de calor intenso, o corpo humano realiza adaptações para manter a temperatura corporal em torno de 37 ºC. Esses ajustes incluem a dilatação dos vasos sanguíneos e a perda de líquidos através do suor e da urina, o que pode levar a um quadro de desidratação, incluindo a perda de eletrólitos essenciais como sódio, potássio e cloreto.

Parte significativa das mortes registradas na Europa poderia ter sido evitada através de medidas preventivas, com especial atenção para a saúde cardíaca. O primeiro passo é o reconhecimento dos sintomas de desidratação, que vão além do desconforto geral, incluindo sede, mal-estar, fraqueza, sonolência, dor de cabeça, tonturas e ânsia de vômitos. São manifestações que podem impactar diretamente o funcionamento do coração, colocado uma carga adicional sobre o órgão e aumentando o risco de complicações.

A dilatação dos vasos em resposta ao calor pode levar a uma queda na pressão arterial, afetando diretamente a perfusão sanguínea para os órgãos vitais. Indivíduos que já enfrentam desafios cardíacos, como hipertensão, podem ser particularmente vulneráveis durante períodos de calor extremo.

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Assim, recomenda-se permanecer em ambientes mais ventilados, usar roupas leves e reservar atividades físicas para locais arejados ou, preferencialmente, com ar-condicionado. Essas precauções não apenas ajudam a manter a temperatura corporal estável, mas também aliviam a carga sobre o sistema cardiovascular.

Além disso, é crucial adotar dietas leves e fracionadas ao longo do dia, promovendo não apenas a hidratação adequada, mas também uma alimentação balanceada que beneficie a saúde cardíaca. A escolha de alimentos frescos e ricos em nutrientes essenciais pode ajudar a regular a pressão, por exemplo.

Para aqueles sem restrições médicas para o consumo de líquidos, além da ingestão mínima de 2 litros de água por dia, considera-se relevante a ingestão de bebidas isotônicas especialmente para aqueles que praticam atividades físicas intensas. A reposição adequada de líquidos e eletrólitos é fundamental para evitar sobrecarregar o coração durante períodos de calor extremo.

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A proteção diante do sol, que inclui o uso dos filtros solares, é crítica também. Isso porque a exposição prolongada sem cuidados pode desencadear respostas inflamatórias que, por sua vez, afetam negativamente o sistema circulatório.

Por fim, indivíduos que fazem uso de medicamentos anti-hipertensivos, especialmente diuréticos, devem priorizar medições mais regulares da pressão arterial. O calor pode influenciar a eficácia desses medicamentos, e o acompanhamento médico é essencial para ajustes adequados na dosagem.

Ou seja, a proteção da saúde do coração em dias de calor extremo exige uma abordagem holística, abrangendo desde a identificação precoce de sintomas até a implementação de práticas diárias que beneficiem o sistema cardiovascular. A conscientização individual e a colaboração coletiva desempenham um papel vital na prevenção, contribuindo significativamente para a redução da mortalidade associada ao estresse térmico.

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* Heron Rached é cardiologista e doutor em ciências médicas pela Universidade de São Paulo (USP)

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