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Estudo revela que 90% dos jovens de 18 a 25 anos têm sinais de olho seco

Resultados foram obtidos por pesquisadores da Aston University, no Reino Unido; uso excessivo de telas é apontado como principal fator de risco para doença

Por Camila Moraes*
13 ago 2025, 08h00

Se você tem entre 18 e 25 anos, permanece conectado a telas por longos períodos e, ao final do dia, sente os olhos coçando, ardendo ou embaçados, é importante estar atento: esses sinais podem fazer parte da síndrome do olho seco.

Um estudo feito por pesquisadores da Aston University, no Reino Unido, e publicado pela revista científica The Ocular Surface, revelou que 90% dos jovens nessa faixa etária apresentam ao menos um sinal clínico da doença e alerta para os impactos do uso excessivo de telas na saúde ocular, especialmente entre a chamada “geração digital”, conectada a telas desde a infância precoce.

A síndrome do olho seco ocorre quando há deficiência na quantidade ou na qualidade da lágrima, prejudicando a lubrificação e a integridade da superfície dos olhos. Os sintomas mais comuns são: ardência, queimação, sensação de corpo estranho (como areia nos olhos), vermelhidão, fotofobia (sensibilidade à luz) e visão turva, que tende a melhorar após algumas piscadas.

Mas por que os jovens são tão afetados? O tempo prolongado diante das telas é um fator determinante. Durante a concentração em dispositivos eletrônicos, a frequência do piscar diminui e o ato de piscar torna-se incompleto, o que prejudica a adequada distribuição da lágrima, favorece sua evaporação e compromete a estabilidade do filme lacrimal.

Os sintomas reportados se agravaram após a pandemia de covid-19, devido ao aumento do tempo de tela, associado à permanência em ambientes climatizados e de baixa umidade.

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Muitos se perguntam: “Existe um tempo seguro de exposição às telas?” Embora não exista consenso, alguns estudos sugerem que períodos superiores a duas horas já podem representar risco, especialmente em indivíduos predispostos. Fatores como histórico familiar, doenças autoimunes ou dermatológicas, uso de lentes de contato, condições ambientais e até o padrão alimentar influenciam na suscetibilidade à síndrome.

Mais importante do que seguir um número é estar atento aos sinais dos olhos e da visão. A negligência aos sintomas pode levar à cronicidade, com inflamação persistente da superfície ocular, danos à córnea e prejuízo à visão, interferindo no desempenho profissional e na qualidade de vida.

A boa notícia é que a prevenção é possível, muitas vezes com medidas simples nos hábitos de vida. Uma ótima dica é a chamada “regra 20-20-20”: a cada 20 minutos de tela, desviar o olhar para algo a seis metros de distância (20 pés), por pelo menos 20 segundos. O método é normalmente utilizado para evitar a fadiga ocular, mas se torna extremamente útil aos olhos mais ressecados se você aproveitar a pausa para também piscar conscientemente.

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Também é essencial evitar correntes de ar direto nos olhos (como ventiladores e ar-condicionado voltados para o rosto), manter uma boa higiene palpebral e buscar ambientes mais úmidos, sempre que possível. Caso os sintomas persistam, é fundamental consultar um oftalmologista.

O tratamento dependerá da gravidade. Nos casos leves, mudanças comportamentais podem ser suficientes. Nos moderados a severos, pode-se recorrer a colírios lubrificantes, suplementação com ômega-3, higienização com produtos específicos, uso de anti-inflamatórios específicos, imunomoduladores, terapias com luz pulsada ou procedimentos como a oclusão dos pontos lacrimais.

Cuidar da saúde ocular é fundamental — sobretudo em um mundo cada vez mais digital –. Assim como em outras áreas da medicina, a prevenção e o diagnóstico precoce são as melhores estratégias para evitar complicações e preservar o bem-estar visual.

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*Camila Moraes é oftalmologista especialista em Córnea e Cirurgia Refrativa do Hospital de Olhos de Pernambuco (HOPE)

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